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Revista Eu Visto esta Camisa - Família de Caná

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COMEÇA UMA AVENTURA<br />

Aparece o Marcos<br />

“Um belo dia <strong>de</strong> 1979, apareceu-me a mãe do Marcos, trazendo o problema<br />

do lho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> drogas; achava que eu nha o remédio e<br />

podia fazer um milagre. Pouco <strong>de</strong>pois vem o próprio Marcos. Mulato <strong>de</strong><br />

bom porte, não nha 18 anos, trazia verda<strong>de</strong>iras chagas, muito feias e rebel<strong>de</strong>s,<br />

consequência das picadas <strong>de</strong> algafan nas veias. Havia lugar para o<br />

Marcos, nos barracões velhos on<strong>de</strong> nhamos iniciado o trabalho do <strong>Caná</strong>.<br />

Mesmo não sabendo bem o que fazer com ele, acreditei que o afastamento<br />

dos an gos companheiros <strong>de</strong> vício já po<strong>de</strong>ria ser uma ajuda importante”.<br />

Compasso <strong>de</strong> espera<br />

“Fui me alimentando <strong>de</strong> esperanças.<br />

Fiquei <strong>de</strong> olho em um imóvel<br />

distante 23 km da nossa se<strong>de</strong>,<br />

uma área com pouco mais <strong>de</strong> 17<br />

hectares, com belas paisagens,<br />

bosque muito precioso, com um<br />

riacho <strong>de</strong>slizando em cascatas, sobre<br />

pedras recobertas <strong>de</strong> musgo.<br />

Con nuei esperando chegar a hora. Conversei com pessoas experimentadas.<br />

Fui a congressos sobre drogas. Li livros e preparei palestras.<br />

Comecei a <strong>de</strong> nir melhor os obje vos, a programar etapas <strong>de</strong> trabalho e<br />

a criar estruturas mais sólidas, para evitar fracassos”.<br />

Primeiros passos<br />

“Em 1984, a Congregação dos Sagrados Corações fez uma doação à<br />

nossa en da<strong>de</strong>. Com os seis mil dólares corri ao proprietário do terreno<br />

que eu já vinha namorando. Ele se dispôs a vendê-lo, recebendo aquele<br />

dinheiro como parte do pagamento. Decidimos construir ali uma casa<br />

mod<strong>esta</strong>, para abrigar um caseiro com a família. Começamos a construção,<br />

numa quarta-feira <strong>de</strong> cinzas, 4 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1987.”<br />

En m... o sonho vira realida<strong>de</strong><br />

“Iniciada a construção, apareceu-nos o Artur, com a proposta <strong>de</strong> começar<br />

conosco uma Comunida<strong>de</strong> Terapêu ca. O Artur era um jovem<br />

paulista, que havia passado pela Fazenda Senhor Jesus, <strong>de</strong> Campinas.<br />

Inteligente, falador, entusiasmado, soube nos convencer.<br />

Associação <strong>Família</strong> <strong>de</strong> <strong>Caná</strong><br />

O INFERNO DAS DROGAS E AS DROGAS DO INFERNO<br />

Já estávamos com alguns internos quando terminou a construção da<br />

“casa do caseiro”. Então nos transferimos para lá. Eles mesmos escolheram<br />

o nome: FAZENDA RECANTO DE CANÁ. A inauguração o cial ocorreu<br />

no dia 31 <strong>de</strong> maio. Estávamos no ano <strong>de</strong> 1987”. (Os <strong>de</strong>poimentos são do<br />

Padre Osvaldo, no livro “<strong>Eu</strong> me envolvi com os drogados”)<br />

Odilon Dias - www.osfoto.com.br<br />

Odilon Dias - www.osfoto.com.br<br />

Três pilares para uma vida saudável.<br />

A proposta <strong>de</strong> tratamento da Associação <strong>Família</strong> <strong>de</strong> <strong>Caná</strong> adota<br />

como principal instrumento a convivência entre os resi<strong>de</strong>ntes em<br />

espírito <strong>de</strong> ajuda mútua, sem uso <strong>de</strong> medicamentos especí cos, e<br />

tem por base três forças transformadoras:<br />

O TRABALHO serve para a<br />

<strong>de</strong>sintoxicação natural, promove<br />

o senso <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> da<br />

pessoa e a autoes ma; a va a<br />

consciência <strong>de</strong> cidadania, fazendo<br />

a pessoa sen r-se ú l e<br />

par cipante da comunida<strong>de</strong>.<br />

A DISCIPLINA, disposição interior<br />

e exterior para apren<strong>de</strong>r, não consiste na mera observância<br />

<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> normas, mas na consciência <strong>de</strong> que o obje vo<br />

da norma é o bem da comunida<strong>de</strong> e do próprio indivíduo; e visa<br />

sobretudo ao controle da própria vonta<strong>de</strong>, condição para a realização<br />

pessoal e o exercício da verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong>.<br />

A ESPIRITUALIDADE, não como prática <strong>de</strong> um culto religioso<br />

ou recitação <strong>de</strong> orações; mas como consciência do sentido<br />

<strong>de</strong> transcendência, ou seja, <strong>de</strong> que o homem é guiado por<br />

um conjunto <strong>de</strong> valores não apenas materiais, mas também<br />

espirituais e permanentes.<br />

<strong>Eu</strong> visto <strong>esta</strong> camisa 3

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