MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
conseguiria planar até a cabeceira da pista. O xavante caiu dez<br />
metros antes desta e colidiu com um poste, que destruiu o<br />
‘canopi’(capota) atingindo-o na cabeça. A aeronave começou a<br />
pegar fogo e ele, desacordado e com ferimentos graves na face, foi<br />
salvo pelo aspirante ao qual havia dado carona.<br />
89<br />
Comentando o fato, comigo, disse que por sorte dera carona ao<br />
aspirante que o salvara. Retruquei que, se não houvesse dado a<br />
carona, com o avião mais leve sem o peso do aspirante, teria<br />
atingido a pista e pousado normalmente, dada a sua reconhecida<br />
perícia. Aquela diferença de dez metros fora, certamente, devida<br />
ao peso do Aspirante.<br />
Sarmento, quando servia no Gabinete do Ministro da<br />
Aeronáutica e pilotava um jato de transporte executivo ‘Learjet’,<br />
fazendo uma viagem de Curitiba a Porto Alegre, transportando o<br />
Ministro da Integração Nacional e comitiva, passou por uma<br />
situação bastante apreensiva.<br />
Voando por instrumentos a vinte mil pés de altura, teve ambas<br />
as turbinas apagadas em razão de ingestão de gelo. Com o ‘Air<br />
Ignition’ ligado e a ‘manete’ de combustível a pleno, não restava<br />
nada a fazer a não ser esperar para ver se as turbinas voltavam a<br />
funcionar.<br />
Colocando o nariz da aeronave para baixo e velocidade de 300<br />
nós, dirigiu o avião para o Rio Guaíba, onde esperava tentar um<br />
pouso de emergência na água.<br />
A oito mil e quinhentos pés de altura (bastante baixo para um<br />
jato), entretanto, as turbinas começaram a oscilar e voltaram a<br />
funcionar, permitindo que pousasse no aeroporto de Porto Alegre.