MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
jipe a disposição do Cadete de Dia fosse levá-lo até o aeroporto. A<br />
partir de então, nunca mais o vi.<br />
85<br />
Quarenta anos depois, encontrei-o em uma reunião da turma e<br />
ele contou-me como aquele acontecimento mudara totalmente a<br />
sua vida. Tendo chegado atrasado ao aeroporto perdera o avião.<br />
Sem saber o que fazer, pois não tinha dinheiro para comprar uma<br />
passagem, resolvera ir à casa de um parente próximo, que vivia no<br />
Rio de Janeiro e ao qual nunca procurara. O parente acolheu-o<br />
efusivamente e convidou-o a residir com ele durante o tempo que<br />
necessitasse. Ficando na casa do parente por alguns meses, prestou<br />
concurso para o Banco do Brasil e foi aprovado. Deixou, então, a<br />
casa deste e passou a residir na sua própria, alugada. Matriculou-<br />
se em uma faculdade federal de economia e fez carreira no Banco<br />
do Brasil, tendo ocupado importantes funções naquela instituição.<br />
Já estava aposentado na ocasião em que o encontrei e agradeceu<br />
penhoradamente, o fato de não tê-lo acordado às quatro horas da<br />
manhã daquele dia de junho de 1964.<br />
Na escola, havia um “Monumento ao Cadete Imortal”. Era<br />
uma construção em mármore, encimada por uma escultura do<br />
mesmo material, contendo o nome dos cadetes falecidos em<br />
acidentes aeronáuticos. Através dela a Força Aérea prestava uma<br />
derradeira homenagem àqueles que haviam se sacrificado pela<br />
pátria.<br />
O nosso posto, na ocasião, era o de Cadete Aviador e a plaqueta<br />
de identificação que usávamos presa no uniforme trazia a<br />
abreviatura do posto, seguida do nome (por curiosidade, apenas