MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
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Em meados do ano recebemos a visita de uma comitiva dos<br />
Estados Unidos, que incluía cadetes aviadores e oficiais daquele<br />
país. Para saudá-los, quando se encontravam diante da entrada do<br />
Corpo de Cadetes, uma esquadrilha de aeronaves ‘North<br />
Americam’ T-6, pilotada por instrutores da Escola, passou voando<br />
de dorso sobre o local, a uma altura de cerca de cinqüenta metros<br />
do solo, em direção ao campo de pouso. Os americanos ficaram tão<br />
impressionados com o feito (principalmente porque aquele avião<br />
não fora feito para o vôo de dorso, já que a gasolina, nesta posição,<br />
não alimentava o carburador), que pularam e aplaudiram a<br />
coragem daqueles pilotos.<br />
Nas férias escolares do meio do ano, eu e mais dois<br />
companheiros (Manuel Cambeses Júnior e Roberto de Aragão<br />
Perez), resolvemos ir ao Aeroporto Santos Dumont, fardados, para<br />
tentar obter lugar em alguma aeronave militar com destino a<br />
qualquer local do país. No estacionamento de aviões do aeroporto<br />
havia um ‘Douglas’ C-47, da Força Aérea Americana, com um<br />
taifeiro varrendo seu interior. Pedimos informações a ele, porém,<br />
como não falava o português e nós falássemos mal o inglês, não<br />
conseguimos nos entender. Pouco depois, chegaram dois pilotos<br />
fardados (capitães) com quem conseguimos nos comunicar. O<br />
destino deles, segundo entendemos, era Salvador. Podiam nos<br />
levar, mas antes teríamos de assinar um termo isentando a Força<br />
Aérea Americana de qualquer responsabilidade para conosco, no<br />
caso de acidente. Embarcamos e decolamos, em seguida. O tempo<br />
previsto, até nosso destino, era de cerca de três horas. Passadas às<br />
três horas, ainda estávamos em cima do mar. Uma hora depois,