MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
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O número de horas de vôo com que o cadete normalmente<br />
solava era de onze a quatorze horas. Durante a manhã e a tarde,<br />
dezenas de pequenos aviões eram vistos subindo, descendo e<br />
tirando rasantes nas áreas de treinamento e sobre o Campo dos<br />
Afonsos.<br />
Nosso uniforme de vôo consistia em um macacão azul escuro e<br />
botas pretas. Quando não estávamos voando eles ficavam<br />
pendurados em cabides, do lado de fora dos alojamentos, talvez<br />
porque só eram lavados uma vez por mês, no máximo.<br />
Tive dois instrutores até o dia do vôo solo, o primeiro foi o<br />
Tenente Belchior e o segundo o Tenente Rego. Ao ser levado a<br />
cheque, para o vôo solo, possuía doze horas de vôo e havia<br />
realizado quarenta pousos e decolagens.<br />
Nosso local de treinamento era a Barra da Tijuca e o Recreio<br />
dos Bandeirantes que, naquela ocasião, eram áreas praticamente<br />
desertas. Decolávamos de Marechal Hermes e nos dirigíamos para<br />
aquela região, voando visual. O Campo dos Afonsos possuía uma<br />
pista de concreto e, ao lado, em paralelo, uma pista de grama que<br />
utilizávamos para pousos e decolagens. Denominava-se 08 em um<br />
sentido e 26 no sentido oposto. Era cortada por uma outra pista de<br />
grama, perpendicular, denominada 17 em um sentido e 35 no<br />
outro. Havia também uma biruta, marcando a direção do vento,<br />
que avistávamos de cima ao fazer o procedimento para o pouso.<br />
Quando voava solo, gostava de passar baixo por sobre as<br />
areias da praia, quase sempre desertas, e por sobre o mar, embora<br />
soubesse que se algum oficial, voando por ali, me avistasse, seria<br />
infalivelmente punido.