MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
havermos almoçado. Fazia parte da bandeja, além dos pratos e<br />
talheres, uma caneca de aço bastante pesada.<br />
57<br />
Ao meu lado, também entregando sua bandeja, achava-se um<br />
colega. De repente outro colega pegou sua caneca de aço inox e<br />
atirou-a, violentamente, na direção do que estava próximo de mim.<br />
A grossa caneca atingiu-o na boca, quebrando-lhe vários dentes.<br />
Imediatamente foi levado ao posto médico, enquanto o agressor<br />
era detido. Ficamos revoltados com o ato covarde e, independente<br />
da punição que lhe foi imposta pelo Comando da Escola, passamos<br />
a dar ‘gelo’ nele durante muito tempo, principalmente, porque a<br />
agressão se originara de um motivo fútil.<br />
Acabou saindo oficial aviador e anos atrás, como coronel<br />
reformado, concedeu algumas entrevistas à imprensa, além de<br />
publicar um livro, afirmando haver durante a Revolução Militar<br />
de 64 transportado, de helicóptero, guerrilheiros mortos que<br />
acabaram por serem queimados em determinado local na<br />
Amazônia, tendo, segundo afirmou, visto vários cadáveres sendo<br />
incinerados durante a guerra de guerrilhas travada, naquela<br />
região, no final da década de 60 e inicio da década de 70.<br />
Durante o período que permaneci na EPCAR, em diversas<br />
ocasiões, pude presenciar algumas cenas pelas quais nós, jovens<br />
alunos, jamais gostaríamos de passar. Era quando o Oficial de Dia<br />
entrava, repentinamente, no alojamento e perguntava sobre<br />
determinado aluno. Ao trazerem-no a presença deste, mandava<br />
que o aluno colocasse a farda externa (5º A) e se apresentasse no<br />
Prédio do Comando, pois havia sido providenciada uma viatura