MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
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Ao cair da tarde, após o jantar, vários de nós dirigíamo-nos ao<br />
pátio do Cassino dos Alunos onde havia uma centenária paineira<br />
com galhos bem baixos. Subindo naqueles galhos, víamos a cidade<br />
de Barbacena acendendo suas primeiras luzes e o trem de minérios<br />
que, repleto de vagões vazios, passava no sentido de Belo-<br />
Horizonte sempre no mesmo horário. Outros alunos dirigiam-se<br />
para o interior do cassino, onde havia duas mesas de sinuca e<br />
várias poltronas para descanso. O cassino também possuía uma<br />
cantina administrada pela Sociedade Acadêmica e servida por dois<br />
taifeiros (termo militar oriundo da palavra tarefeiros). Neste<br />
cassino, os calouros aprendiam a dançar com os colegas que já<br />
sabiam; já que, a maioria, ao chegar à Barbacena, vindos de seus<br />
Estados de origem, não sabia dançar. Assim, nos primeiros bailes<br />
realizados na Escola, poucos eram os que dançavam. Como havia<br />
um cassino dos alunos, onde sempre tocavam músicas, aqueles que<br />
sabiam dançar passaram a ensinar os que não sabiam. Lá pela<br />
metade do ano, todos já estavam craques e podiam seguir<br />
dançando pela vida afora.<br />
Em recente reunião social dançante, alguém perguntou onde eu<br />
havia aprendido a dançar. Respondi que em Barbacena, com o<br />
Brigadeiro Fulano (colega meu de turma, que hoje é Brigadeiro).<br />
Percebi, pelo olhar do interlocutor, que ele havia pensado: - Hum,<br />
aí tem!<br />
Certo dia durante o almoço no rancho, encontrava-me próximo<br />
ao local onde entregávamos as bandejas com os pratos após