MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
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cidade, dava noticias daqueles acontecimentos, o que levou os<br />
ânimos a se exaltarem ainda mais. Foi preciso um coronel aviador<br />
colocar todos os alunos em forma e manda-los voltar para a Escola<br />
marchando, para que o episódio não se transformasse em uma<br />
guerra generalizada (mais de 100 alunos participaram do evento).<br />
Ficamos alguns meses sem poder sair aos sábados e domingos. O<br />
clima na cidade, entretanto, continuava em ‘Pé-de-Guerra’.<br />
Comissão de moradores mais antigos foi ao Ministro da<br />
Aeronáutica, de então, pedir a transferência da Escola para outro<br />
Estado. Com o passar do tempo vieram às férias escolares e tudo<br />
aquilo foi esquecido.<br />
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As brigas, sem dúvida, constituíam uma forma errada de<br />
extravasarmos nossas energias, acumuladas ao longo da semana<br />
através da boa alimentação e da ginástica diária, além de,<br />
inconscientemente, estarmos daquela maneira demonstrando nossa<br />
rebeldia juvenil contra os rigores da ordem, da disciplina e da<br />
hierarquia da vida castrense. Aqueles companheiros que foram,<br />
depois, para a Polícia Militar sabem que o mesmo se passa com<br />
relação aos Batalhões de Choque (seus efetivos são mantidos<br />
confinados no quartel, sob forte e rigorosa disciplina e, quando são<br />
chamados para intervir em qualquer situação, o fazem, quase<br />
sempre, com extrema violência). Deve ser também ressaltado que,<br />
na Escola daquele tempo, era bastante desenvolvido o espírito<br />
guerreiro da profissão militar, através de filmes, palestras, etc.; o<br />
que tornava os alunos, de um modo geral, belicosos com relação ao<br />
“inimigo” que estava fora dos muros do quartel.