MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
38<br />
Em 13 de setembro de 1961, ao efetuar um salto mortal em<br />
uma aula de ginástica acrobática, sofri uma queda e bati com a<br />
cabeça no chão. Fiquei paralisado por alguns minutos, durante os<br />
quais pensei que eu quase havia justificado o nome do salto. Aos<br />
poucos os movimentos, de braços e pernas, foram voltando e pude<br />
levantar-me. Levado ao Posto Médico e atendido por um médico<br />
ortopedista (capitão Barros Lima) fiquei internado. No dia<br />
seguinte fui examinado com mais detalhes pelo referido médico,<br />
que concluiu haver um achatamento e esfacelamento das duas<br />
primeiras vértebras cervicais. Fui, então, enviado de avião para o<br />
Rio de Janeiro, onde fiquei internado no Hospital Central da<br />
Aeronáutica. Submetido a uma redução pelo Dr. Cohen (Coronel<br />
Médico), durante dois meses permaneci no HCA. No quarto ao<br />
lado do meu estava um sargento da Aeronáutica que servia em<br />
Vitória, no Espírito Santo. Havia sofrido uma queda de<br />
motocicleta e tinha perto de 16 fraturas pelo corpo. Estava todo<br />
engessado e eu, que podia andar, passava parte do tempo<br />
conversando com ele, sua mãe e seu pai, que se revezavam em sua<br />
cabeceira. O sargento chamava-se José Carlos Braga e era irmão<br />
do cantor Roberto Carlos. Sua mãe chamava-se dona Laura e o<br />
pai seu Bernardino. De vez em quando seu irmão, que não havia<br />
despontado, ainda, como o rei da musica popular brasileira, ia<br />
visitá-lo no hospital. Levava um violão e ficava cantando e<br />
tocando em seu quarto, sob os nossos olhares admirados e os de<br />
uma ou outra enfermeira que chegava para aplicar algum<br />
medicamento.