MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
inicio das aulas, trocávamos de lugar, sem que ele percebesse, os<br />
frascos contendo ácidos, bases, fenóis, sais, etc. Quando o<br />
professor, diante da turma de alunos, solicitava ao Simão<br />
determinado produto ou reagente, para iniciar suas experiências<br />
do dia, e Simão o entregava, a experiência nunca dava certo. O<br />
mestre dizia: - Agora o líquido vai ficar vermelho! E ele ficava<br />
azul.<br />
- Observem que o líquido vai ficar turvo! E ele ficava límpido.<br />
- A substância se dissolverá no líquido! E ela boiava na superfície<br />
do mesmo.<br />
23<br />
O professor, não sabendo a que atribuir aqueles erros nas<br />
experiências, reclamava com Simão e encerrava a aula<br />
prometendo, para a próxima, a solução daqueles problemas.<br />
Em diversas ocasiões a Sociedade Acadêmica da EPCAR<br />
recebia convites oficiais, de várias cidades mineiras, para que uma<br />
comitiva de alunos participasse como ‘partnes’ em Bailes de<br />
Debutantes. Íamos, com nossas fardas, como príncipes encantados,<br />
povoar os sonhos daquelas jovens de quinze anos que eram<br />
apresentadas às sociedades locais. Ficávamos em algum hotel da<br />
cidade, com todas as despesas pagas, e voltávamos domingo à noite<br />
para a Escola, com saudades daquelas lindas jovens com quem<br />
havíamos dançado a valsa.<br />
De 45 em 45 dias tínhamos licenciamento para ir à nossa<br />
casa desfrutar alguns dias de descanso. Os ‘laranjeiras’, alunos<br />
residentes em Estados mais distantes, ou ficavam na Escola ou iam<br />
para a casa de algum colega do Rio, São Paulo ou Minas.<br />
Chegávamos à casa fardados e éramos muito considerados, tanto