MEMÓRIAS DE UM EX-CADETE DA AERONÁUTICA - ReservAer
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padaria, eram trocados pelas roupas civis à noite, quando os<br />
alunos retornavam para o quartel.<br />
18<br />
O fato de sairmos fardados limitava nossas atividades junto ao<br />
mulherio, o que fazia com que adotássemos aquele expediente.<br />
O ‘footing’ consistia nos alunos ficarem parados ao longo das<br />
calçadas, notadamente em frente à sapataria “A Bota de Ouro”, e<br />
as moças desfilando, para cima e para baixo, com suas ‘toiletes’<br />
mais caprichadas.<br />
Aqueles mais afortunados podiam dar-se ao luxo de um jantar<br />
no restaurante do Hotel Pálace, onde nas ocasiões festivas da<br />
Escola seus pais ficavam hospedados, ou na Cabana da<br />
Mantiqueira, recente churrascaria inaugurada na entrada da<br />
cidade, em frente a BR-3 (atual BR-040).<br />
Em determinadas ocasiões freqüentávamos os bailes do<br />
Automóvel Clube, que eram muito concorridos pelas jovens locais.<br />
Nestas oportunidades, quase sempre, chegávamos depois do<br />
horário previsto e tínhamos de entrar por algum local que não o<br />
Portão da Guarda, para não sermos punidos pelo atraso.<br />
Algumas vezes, quando o dinheiro permitia, um passeio pelo<br />
‘Sossego’, ‘Dora’ ou ‘Luz Vermelha’, bordéis da época.<br />
Em virtude dos alunos, em média, entrarem para a EPCAR<br />
com cerca de quinze ou dezesseis anos, a grande parte dos calouros<br />
era virgem. Esta virgindade, muitas vezes, era perdida em um dos<br />
cabarés citados. Com isto, começaram a surgir os primeiros casos<br />
de blenorragia entre os calouros. Os blenorrágicos se<br />
consideravam como verdadeiros heróis mártires, no meio da plebe<br />
ignara dos ainda virgens. Até o final do ano, entretanto, a maioria