Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

unesdoc.unesco.org
from unesdoc.unesco.org More from this publisher
13.04.2013 Views

Diante da perspectiva de uma mentalidade mundialista e da globalizaçâo, a sugestáo deles é de suma importancia, pois é um absurdo pensar-se a formaçâo de novos profissionais da educaçâo sem se incluir no currículo dos cursos superiores que os formam a disciplina Educaçâo Comparada. No entanto, para tal é imprescindível a retomada dos estudos de educacao comparada iniciados por LOURENÇO FILHO, em meados da década de 50, com o patrocinio da UNESCO, objetivando: "a) verificar as semelhanças e diferenças que os programas de ensino primario nos países da América Latina apresentam-, b) avaliar o grau em que estejam atendendo as necessidades de ordern social e económica ñas regiöes a que se aplicam..." 4 " Ainda em relaçâo aos estudos de educaçâo comparada, é necessário ressaltar-se, como bem salienta Maria A. Ciavatta FRANCO, que "a compreensâo da distancia dramática que nos separa e separa nossos países e nossa educaçâo dos países económicamente desenvolvidos é o primeiro ponto que merece reflexäo. O segundo passo é a demarcando dos espaços históricos nos quais, por caminhos diferent podemos nos mover. De certa forma, uns e outros sao sistemas incomparáveis, uma vez que sao fruto de processus históricos particulares, de trajetórias singulares nao obstante suas semelhanças. Diante dess mo sublimado na sua verdade intrínseca, pelos filmes em tecnicolor do comparativismo na educaçâo, cinema, na vida, nos valores, cabe-nos recompor os mecanismos seculares da mistificaçâo cultural, da viole cia política e da exploraçâo económica que estäo na genese do nosso atraso. Cabe-nos recompor a nossa historia e rescatar com toda a lucidez possível o presente" 458 . 6.1.14. Mapeamentos cognitïvos e superaçâo dos etnocentrismos É importante também se levar em conta, em qualquer pesquisa, estudo ou análise da realidade educacional e do processo de integraçâo latino-americano, a necessidade de se fazer mapeamentos cognitivos do panorama teórico em transformaçâo. Tais mapeamentos facilitaráo a formaçâo de uma posiçâo intelectual capaz de romper as barreiras do etnocentrismo 458 e dos condicionamentos ideológicos, cujas vertentes podem conduzir a determinismos ou modismos pseudo-científicos. Como assinala bem Rolland G. PAULSTON, "hoje em dia, nenhuma visäo do mundo ou maneira de ver pode pretender ocupar o espaço da verdade" 46 °. O etnocentrismo se identifica corn a chamada "ideología da diferença", que se baseia na suposta superioridade de uma cultura ou de uma hierarquia de valores e, conseqüentemente, na inferioridade das demais, o que serviu, em épocas passadas, para se justificar até mesmo a escravidäo, o racismo, o nazismo etc, além de diversos nacionalismos exacerbados. LOURENÇO FILHO, M.B. - Educaçâo Comparada. 2 a ed. Sao Paulo: Melhoramentos, 1964, p. 167. FRANCO, Maria A. Ciavatta - "Estudos comparados de educaçâo na América Latina-, uma discussáo teórico-metodotógica embasada na auestâo do outro", in Educaçâo & Sociedade; Revista quadrimestral de Ciencias da Educaçâo. Ano XII, dezembro de 1991.n° 40. p. 400. MOTTA, Elias de Oliveira - Etnocentrismo e autoridade-. estudo de caso. Brasilia: AEUDF, 1977 (apostila para alunos da disciplina Historia da Educaçâo). Neste trabalho, definimos etnocentrismo como sendo a atitude preconceituosa que se baseia na condiçâo de que a cultura à quai a pessoa pertence constituí modelo ao qual as demais devem ser comparadas ou submetidas. PAULSTON, Rolland G. - "Mapping ways of seeing in educational studies" in La Educación- Revista interamericana de desarrollo Educativo. Año XXXVII, n° 114,1, 1993. p. 13. Diz ele no original: "Today, no one world view or way of seeing can claim to fill all the space of truth". -517-

Daí a importancia do etnocentrismo na formaçâo educacional e cultural. Com efeito, sendo ele é urna das determinantes que geram tomadas de decisôes e modificam inclusive a hierarquia de valores de urna pessoa ou de um grupo, percebe-se o quanto ele ainda é fundamental ñas relacóes interpessoais, intergrupais e internacionais, podendo, portante, tornar-se um fator de desagregaçâo se nao for estudado e controlado, desde o inicio do processo de ensino-aprendizagem da educaçâo básica, até o ponto macro das açôes de implementaçâo da integracáo latino-americana. 6.1.15. Questionando o papel do Estado e da educaçâo O Professor Antonio F. SALON1A, ex-Ministro da Educaçâo da Argentina, questiona bem o papel do Estado no desenvolvimento educacional latino-americano, dizendo: "Democracia y desarrollo exigem ciudadanos más y mejor educados, recursos humanos idóneos, personas que desplieguen al máximo sus potencialidades intelectuales, técnicas y espirituales, su imaginación y su cratividad. Fren tamaña significación del fenómeno educativo de la actualidad y a su decisiva incidencia en el progreso económico, social y político de los pueblo - porque no se trata sólo de la situación argentina -, debe analizarse con objetividad y sin los condicionamientos de la rutina y la inercia, si los mecanismos institucionales que hasta ahora puso en funcionamiento el Estado son los que corresponden, si tienen capacidad de incluir dentro de su órbita y su normativa todo el universo - existente y potencial - de ofertas y servicios, y si es pertinen en comunidades que apiran a ser más democráticas y más dinámicas un rol totalizador - el monopolio de las iniciativas, la gestión y los controles - por parte del aparato estatal y su estructura burocrática." " 6I Chama ele a atençâo também para os riscos de urna visáo distorcida que coloque a educaçâo escolar como sendo a panacéia para todos os males da sociedade, da qual se espera o milagre de solucionar todos os problemas da humanidade, nada excluindo de seus currículos. Tal excesso de idealismo, imaginando que tudo depende exclusivamente da educaçâo, pode gerar o enfoque também limitado de que a escola é a grande culpada por todo o mal que existe no dia a dia das pessoas. Um radicalismo conduz ao outro, ou, com diz SALONIA, "pasamos de un extremo al otro-, de la escuela-panacea a la escuela-culpable. (...) Seguramente que es falsa la dicotomía, que no se compadece con la lógica de lo factible ubicar el rol de la institución educativa y sus resultados en las puntas de una antinomia absoluta, que no se debe juzgar a cara o cruz los logros y las defecciones de la escuela. Ni todos tos optimismos, por un lado, ni tampoco, por el otro, el discrédito y el azote implacable" * 62 . 6.1.16. Tendencias da educaçâo superior na AL e no Caribe Valiosa contribuiçâo para a integracáo latino-americana na área educacional foi dada, em novembro de 1996, pela UNESCO, patrocinando a Conferencia regional sobre política y estrategias para la transformación de la educación superior en América Latina y el Caribe, realizada em Havana, Cuba. SALONIA, Antonio F. , SILVA, Luis R., CANTINI, losé Luis, SLOMIANSKI, Eduardo H. e SUÑER, Elvira Teijido de - Ley Federal de Educación-, transformación del sistema educativo. Buenos Aires: El Ateneo, 1955. p. 25 e 26. \d.\bid.p. 13. - 518-

Daí a importancia do et<strong>no</strong>centrismo na formaçâo <strong>educacional</strong> e cultural. Com efeito, sendo<br />

ele é urna das determinantes que geram tomadas de decisôes e modificam inclusive a hierarquia<br />

de valores de urna pessoa ou de um grupo, percebe-se o quanto ele ainda é fundamental<br />

ñas relacóes interpessoais, intergrupais e internacionais, podendo, portante, tornar-se<br />

um fator de desagregaçâo se nao for estudado e controlado, desde o inicio do processo de<br />

ensi<strong>no</strong>-aprendizagem da educaçâo básica, até o ponto macro das açôes de implementaçâo<br />

da integracáo lati<strong>no</strong>-americana.<br />

6.1.15. Questionando o papel do Estado e da educaçâo<br />

O Professor Antonio F. SALON1A, ex-Ministro da Educaçâo da Argentina, questiona bem o<br />

papel do Estado <strong>no</strong> desenvolvimento <strong>educacional</strong> lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>, dizendo: "Democracia y<br />

desarrollo exigem ciudada<strong>no</strong>s más y mejor educados, recursos huma<strong>no</strong>s idóneos, personas que desplieguen al<br />

máximo sus potencialidades intelectuales, técnicas y espirituales, su imaginación y su cratividad. Fren<br />

tamaña significación del fenóme<strong>no</strong> educativo de la actualidad y a su decisiva incidencia en el progreso<br />

económico, social y político de los pueblo - porque <strong>no</strong> se trata sólo de la situación argentina -, debe analizarse<br />

con objetividad y sin los condicionamientos de la rutina y la inercia, si los mecanismos institucionales que<br />

hasta ahora puso en funcionamiento el Estado son los que corresponden, si tienen capacidad de incluir dentro<br />

de su órbita y su <strong>no</strong>rmativa todo el universo - existente y potencial - de ofertas y servicios, y si es pertinen<br />

en comunidades que apiran a ser más democráticas y más dinámicas un rol totalizador - el mo<strong>no</strong>polio de las<br />

iniciativas, la gestión y los controles - por parte del aparato estatal y su estructura burocrática." " 6I<br />

Chama ele a atençâo também para os riscos de urna visáo distorcida que coloque a educaçâo<br />

escolar como sendo a panacéia para todos os males da sociedade, da qual se espera o<br />

milagre de solucionar todos os problemas da humanidade, nada excluindo de seus currículos.<br />

Tal excesso de idealismo, imaginando que tudo depende exclusivamente da educaçâo,<br />

pode gerar o enfoque também limitado de que a escola é a grande culpada por todo o mal<br />

que existe <strong>no</strong> dia a dia das pessoas. Um radicalismo conduz ao outro, ou, com diz SALONIA,<br />

"pasamos de un extremo al otro-, de la escuela-panacea a la escuela-culpable. (...) Seguramente que es falsa<br />

la dicotomía, que <strong>no</strong> se compadece con la lógica de lo factible ubicar el rol de la institución educativa y sus<br />

resultados en las puntas de una anti<strong>no</strong>mia absoluta, que <strong>no</strong> se debe juzgar a cara o cruz los logros y las<br />

defecciones de la escuela. Ni todos tos optimismos, por un lado, ni tampoco, por el otro, el discrédito y el azote<br />

implacable" * 62 .<br />

6.1.16. Tendencias da educaçâo superior na AL e <strong>no</strong> Caribe<br />

Valiosa contribuiçâo para a integracáo lati<strong>no</strong>-americana na área <strong>educacional</strong> foi dada, em<br />

<strong>no</strong>vembro de 1996, pela UNESCO, patrocinando a Conferencia regional sobre política y estrategias<br />

para la transformación de la educación superior en América Latina y el Caribe, realizada em Havana,<br />

Cuba.<br />

SALONIA, Antonio F. , SILVA, Luis R., CANTINI, losé Luis, SLOMIANSKI, Eduardo H. e SUÑER, Elvira Teijido de - Ley<br />

Federal de Educación-, transformación del sistema educativo. Bue<strong>no</strong>s Aires: El Ateneo, 1955. p. 25 e 26.<br />

\d.\bid.p. 13.<br />

- 518-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!