Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

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mais do que simples regulamentaçôes para transferencias de estudantes, aceitaçâo de diplomas e exercicio profissional, pois especificou a necessidade de atuaçâo para a formaçâo de uma consciência social predisposta à aceitar o processo de integraçâo e as necessárias alteraçoes dos curriculos e conteúdos programáticos do ensino básico. Detalhou também aspectos relacionados com a valorizaçâo da educaçâo de adultos e sua vinculaçâo com o trabalho; a importancia de acelerar-se os processos de compatibilizaçâo e harmonizaçâo dos sistemas educacionais e a descentralizaçâo de suas gestöes; o aperfeiçoamento de professores; a atençâo especial as carnadas mais desfavorecidas da populaçâo etc. O Ministro da Educaçâo do Brasil, Paulo Renato SOUZA, destacando a importancia desse plano trienal, assim sintetizou o alcance de seus objetivos: "apoio à crescente democratizaçao dos países membros, à transformado produtiva com eqüidade, à afirmaçâo das identidades culturáis, ao respe à diversidade e ao desenvolvimento e à consolidaçâo de uma consciência regional. Vale lembrar que esses igualmente, elementos propulsores da democracia, da justiça social e da participacäo efetiva dos cidadä vida de suas naçôes" m . Em 1994, na Capital da Argentina, Buenos Aires, os Ministros da Educaçâo do MERCOSUL, assinaram o Protocolo de Integraçâo Educativa e Reconhecimento de Certificados, Títulos e Estudos Nivel Fundamental e Medio Nao Técnico. Este foi, sem dúvida alguma, outro passo decisivo de integraçâo, o qual tem facilitado, por meio da desburocratizaçâo, a continuidade dos estudos de crianças, ¡ovens e adultos, que migram de um para outro dos países do MERCOSUL. Infelizmente, no primeiro trimestre de 1997, algumas situaçôes embaraçosas foram constatadas nesta área e, no lugar de encontrarem solucóes para os problemas, aventou-se a hipótese de revogaçâo do referido acordó internacional. Se tal ocorrer, será um lamentável retrocesso no processo de integraçâo. No entanto, como ressalta bem Carlos Alberto Lopes de SOUSA, "será difícil os países do MERCOSUL se inserirem numa rede global mais ampia se nao revisarem a qualidade de seus sistemas de ensino e estabelecerem políticas de alfabetizaçâo de ¡ovens e adultos. Wale alertar para o fato de q erradicaçâo do analfabetismo nao pode ser colocada como tarefa do tempo. (...) Urna integraçâo cultural ma ampia é condiçào para dar base a uma relaçâo que fundamente o aspecto económico na perspectiva de promoçâo humana" 450 . Assim, além do desenvolvimento do comercio, o MERCOSUL tem objetivos bem mais ampios, os quais só poderâo tornar-se realidade com o desenvolvimento da integraçâo na área educacional. Entre esses objetivos, destaca-se o de promover o desenvolvimento científico e tecnológico dos Estados-Partes, como um dos caminhos para uma unidade que respeite as diversidades locáis, regionais e nacionais e que seja uma fonte a mais de reforço financeiro e de dinamizaçâo da vida económica, social, cultural e política. SOUZA, Paulo Renato - A educaçâo no MERCOSUL. in Em aberto. Brasilia, ano 15, n° 68, out./dez. 1955, p. 4. SOUSA, Carlos Alberto Lopes - "Mercosuk integraçâo Regional versus exdusâo social", in Universa-, Revista da Universidade Cató de Brasilia. Brasilia, v. 4, n° 3 (8 o ), outubro de 1996, p. 408 e 409. -509-

Esses objetivos ficaram beim claros quando, em Ouro Preto, Minas Gerais, no mes de março de 1996, em mais urna reuniäo dos Ministros da Educaçâo dos países do MERCOSUL, foi assinado o documento MERCOSUL 2000 - desafios e metas, propondo políticas de impacto e ressaltando que "a melfioria da quaüdade deve, outrossim, valorizara riqueza de nosso patrimonio cultu­ ral, que, por si só, constituí um valioso instrumento para o desenvolvimento do individuo, garantindo urna vida melhor e mais plena". Desmente-se, assim o conceito de que o MERCOSUL e a propria política educacional que começa a ser esboçada para a sub-regiáo teria cunho apenas eco­ nómico e tecnológico, quando, na realidade, a concepcáo do processo educativo tem sido, como comprova o MERCOSUL 2000, efetivamente humanística, sem perder de vista, lógicamente, o seu alcance económico. 6.1.6. Outros passos efetivos para a integraçâo pela educaçâo Como exemplos da integraçâo que começa a se desenvolver no ambiente universitario lati­ no-americano, existem diversos acordos diretos entre universidades de países da regiáo, mas alguns já se destacam pelos serviços desenvolvidos, especialmente pela formaçâo de redes e criaçâo de verdadeiras universidades virtuais. Dentre eles, temos conhecimento das seguintes experiencias: 1 ) a AUGM, ou Associaçâo de Universidades Grupo Montevidéu, que, contando com apoio da UNESCO e da OUI-Organizaçâo Universitaria Interamericana, integra cinco universida­ des brasileiras, cinco argentinas, urna paraguaia e urna uruguaia; 2) o COMUNG-Consórcio de Universidades Comunitarias Gauchas, do qual já participam varias universidades brasileiras e urna argentina; 3) a Rede Deusto de Estudos de Direçâo de Empresas no Cone Sul, que é um programa de mobilidade de estudantes e professores das 160 universidades jesuíticas do mundo, das quais 18 sao latino-americanas; 4) o Projeto de Integraçâo das Universidades Metodistas do MERCOSUL, que conta com a participaçâo de universidades do Brasil, do Chile, da Argentina e do Peru; 5) a Associaçâo Nacional das Universidades Particulares-ANUP (do Brasil), está buscando meios para urna maior interaçâo das universidades privadas da Regiáo e mantendo en- tendimentos com a ULAC-Universidade Latino-Americana e do Caribe, para desenvolve­ ren! um projeto para o MERCOSUL. Em relaçâo aos órgáos governamentais dos países do MERCOSUL, a partir da assinatura do Protocolo de Integraçâo Educacional para Prosseguimento de Estudos de Pós-graduacáo ñas Universidades dos Países Membros do MERCOSUL, em 1995, têm sido assinados acor- dos, protocolos e convenios de intercambio cultural, objetivando o fomento da cooperaçâo educacional. Dentre eles, destacamos: -510-

mais do que simples regulamentaçôes para transferencias de estudantes, aceitaçâo de diplomas<br />

e exercicio profissional, pois especificou a necessidade de atuaçâo para a formaçâo<br />

de uma consciência social predisposta à aceitar o processo de integraçâo e as necessárias<br />

alteraçoes dos curriculos e conteúdos programáticos do ensi<strong>no</strong> básico. Detalhou também<br />

aspectos relacionados com a valorizaçâo da educaçâo de adultos e sua vinculaçâo com o<br />

trabalho; a importancia de acelerar-se os processos de compatibilizaçâo e harmonizaçâo<br />

dos sistemas educacionais e a descentralizaçâo de suas gestöes; o aperfeiçoamento de<br />

professores; a atençâo especial as carnadas mais desfavorecidas da populaçâo etc.<br />

O Ministro da Educaçâo do Brasil, Paulo Renato SOUZA, destacando a importancia desse<br />

pla<strong>no</strong> trienal, assim sintetizou o alcance de seus objetivos: "apoio à crescente democratizaçao dos<br />

países membros, à transformado produtiva com eqüidade, à afirmaçâo das identidades culturáis, ao respe<br />

à diversidade e ao desenvolvimento e à consolidaçâo de uma consciência regional. Vale lembrar que esses<br />

igualmente, elementos propulsores da democracia, da justiça social e da participacäo efetiva dos cidadä<br />

vida de suas naçôes" m .<br />

Em 1994, na Capital da Argentina, Bue<strong>no</strong>s Aires, os Ministros da Educaçâo do MERCOSUL,<br />

assinaram o Protocolo de Integraçâo Educativa e Reconhecimento de Certificados, Títulos e Estudos<br />

Nivel Fundamental e Medio Nao Técnico. Este foi, sem dúvida alguma, outro passo decisivo de<br />

integraçâo, o qual tem facilitado, por meio da desburocratizaçâo, a continuidade dos estudos<br />

de crianças, ¡ovens e adultos, que migram de um para outro dos países do MERCOSUL.<br />

Infelizmente, <strong>no</strong> primeiro trimestre de 1997, algumas situaçôes embaraçosas foram constatadas<br />

nesta área e, <strong>no</strong> lugar de encontrarem solucóes para os problemas, aventou-se a hipótese<br />

de revogaçâo do referido acordó internacional. Se tal ocorrer, será um lamentável retrocesso<br />

<strong>no</strong> processo de integraçâo.<br />

No entanto, como ressalta bem Carlos Alberto Lopes de SOUSA, "será difícil os países do<br />

MERCOSUL se inserirem numa rede global mais ampia se nao revisarem a qualidade de seus sistemas de<br />

ensi<strong>no</strong> e estabelecerem políticas de alfabetizaçâo de ¡ovens e adultos. Wale alertar para o fato de q<br />

erradicaçâo do analfabetismo nao pode ser colocada como tarefa do tempo. (...) Urna integraçâo cultural ma<br />

ampia é condiçào para dar base a uma relaçâo que fundamente o aspecto económico na perspectiva de<br />

promoçâo humana" 450 .<br />

Assim, além do desenvolvimento do comercio, o MERCOSUL tem objetivos bem mais ampios,<br />

os quais só poderâo tornar-se realidade com o desenvolvimento da integraçâo na área<br />

<strong>educacional</strong>. Entre esses objetivos, destaca-se o de promover o desenvolvimento científico<br />

e tec<strong>no</strong>lógico dos Estados-Partes, como um dos caminhos para uma unidade que respeite as<br />

diversidades locáis, regionais e nacionais e que seja uma fonte a mais de reforço financeiro e<br />

de dinamizaçâo da vida económica, social, cultural e política.<br />

SOUZA, Paulo Renato - A educaçâo <strong>no</strong> MERCOSUL. in Em aberto. Brasilia, a<strong>no</strong> 15, n° 68, out./dez. 1955, p. 4.<br />

SOUSA, Carlos Alberto Lopes - "Mercosuk integraçâo Regional versus exdusâo social", in Universa-, Revista da Universidade Cató<br />

de Brasilia. Brasilia, v. 4, n° 3 (8 o ), outubro de 1996, p. 408 e 409.<br />

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