Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

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ocorreu em Buenos Aires, em 1966, na quai se salientou a importancia da educaçâo para a fomnaçâo de uma mentalidade favorável à integraçâo económica e cultural do continente. Na década de 1970, mais duas Conferencias foram realizadas, uma na Venezuela, em 1971, e outra no México, em 1976. Todas elas foram importante marcos na definiçâo do papel da educaçâo no processo integrativo, mas somente em dezembro de 1991 é que essas reuniôes tiveram continuidade, corn a perspectiva de consolidaçâo do MERCOSUL. Retomando o espirito de integraçâo que inspirou a criaçâo da ALALC e da ALAD1, Chefes de Estado reunidos em Punta del Este, em 1967, assinaram um documento postulando a criaçâo, em 1980, do Mercado Comum Latino Americano. Em 1970, o Ministerio da Educaçâo e Cultura do Brasil assinou um convenio corn a Organizaçâo dos Estados Americanos-OEA, que permitiu a instalaçâo, neste mesmo ano, na Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, da Faculdade Interamericana. Infelizmente, essa iniciativa teve vida curta, pois o convenio nao foi mais renovado a partir de 1977. Em 1976, foi criado o Sistema Económico Latino-Americano - SELA, cujo secretariado e comité de açâo têm sido importantes instrumentos para o avanço da unidade latino-americana, incluindo os países do Caribe. Ainda na década de 70, sao assinados o Tratado da Bacia do Prata e o de Cooperaçâo Amazónica, cuja execuçâo voltou-se mais para a área económica, nada resultando de efetivamente significativo para a área educacional. Em 1980, a Universidade de Brasilia - UnB realiza o seu primeiro curso de especializaçâo em América Latina, com a participaçâo de dez brasileiro e dez alunos de varios países da Regiáo. Até 1990, mais cinco cursos foram ministrados." 46 Em agosto de 1982, é publicado o n° 42 de Cademos de Pesquisa, dedicado especialmente ao tema Educaçâo e marginalidade na América Latina, que incluiu bom material para estudo. Logo no ano seguinte, Demerval SAVIANI e outros autores publicaram o livro Desenvolvimiento e Educaçâo na América Latina, no qual, de forma pioneira, alertaram educadores e governantes para os problemas comuns da regiâo e apontam para a possibilidade de uma integraçâo futura. 447 6.1.4. Intensificacáo da atuaçào da UNESCO na regiáo No inicio da década de 1980, sob patrocinio da UNESCO, CEPAL, PENUD E MEC, realizou-se, em Brasilia (novembro de 1980), o importante seminario Inercia e mudança nos sistemas educativos O Prof. losé Carlos Brandi ALE1XO, da UnB, tem um minucioso ensaio, ainda nao publicado, sobre esses cursos da Universidade de Brasilia, entitulado Uma experiencia de Capacitaçâo de Recursos Humanos na América Launa, 1997. 17 p. SAVIANI, Demerval et al. - Desenvolvimiento e Educaçâo na América Latina. Sao Paulo: Autores Associados e Cortez. 1983. -507-

da América Latina e dos países africanos de lingua ibérica, que reuniu educadores e representantes de diversos governos da regiäo e permitiu importantes trocas de experiencias. Ainda nessa década, teve papel importante a Comissäo de Educaçâo do Conselho Latino- Americano de Ciencias Sociais-CLACSO, que realizou importante encontró, em 1983, na cidade de Sao Paulo, sobre problemas educacionais da regiäo. A CLACSO, até hoje, tem desenvolvido diversas atividades, principalmente congressos, encontros e seminarios, de grande significado para um maior conhecimento da realidade regional e para a definiçâo de objetivos comuns. Outro fato importante do período dos anos 80 foi a criaçâo, em Buenos Aires, do mestrado em Educaçâo da Faculdade Latino-Americana de Ciencias Sociais - FLACSO. 6.1.5.0 passo irreversível do MERCOSUL A partir de 1985, por iniciativa dos Governos da Argentina e do Brasil, inicia-se, novamente, intenso movimento multilateral que culminou com o chamado Tratado de Assuncáo, no qual, por meio de seis documentos básicos, formularam-se as bases para o Mercado Comum do Sul-MERCOSUL, permitindo o surgimento de urna estrutura supranacional que, logo, reuniu os seguintes países: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, em 1996, o Chile. Mas sua tendencia é se ampliar, pois as transformaçôes mundiais em curso tornam imprescindível que se pense em bloco e em termos globais os problemas e processos sociais comuns, inclusive o futuro da educaçâo."'' 8 No campo financeiro, os integrantes do MERCOSUL já evoluíram de um fundo financeiro para o desenvolvimiento da Bacia do Prata, o FONPLATA, para a aprovaçâo, no dia 16 de dezembro de 1996, da criaçâo de um mecanismo financeiro de integraçâo regional, com estrutura de banco, de caráter autónomo e aberto à participaçâo de países extra-regionais, de organismos multilaterais de crédito e de instituiçôes financeiras públicas e privadas. Na área educacional, somente em dezembro de 1991 é que se procurou, efetivamente, darse continuidade aos trabalhos iniciados com as Conferencias de Ministros da Educaçâo realizadas na década de 1970. Com efeito, um dos marcos na definiçâo do papel da educaçâo no processo integrativo foi a assinatura, pelos Ministros de Educaçâo dos Países do MERCOSUL, antes mesmo da efetivaçâo desse bloco, ocorrida em I o de Janeiro de 1995, de um protocolo de intençôes, dando origem ao plano trienal do setor para a sub-regiáo. Esse plano tornou-se urna realidade a partir de 1992 e estendeu-se até 1994. Objetivou ele muito "O Mercosul éum fato. É um fato político, económico e jurídico. (...)vaise revelando urna organaaçâo internacional original, com características próprias, surpreendentemente simples (...), sem urna estrutura institucional complexa, estatuindo urna experiencia nova e eficiente, em muito dessemelhante de ouïras concepçôes e modelos de integraçâo (...). O surgimento das organizares internacionais é, sem dúvida, um fenómeno contemporáneo, e, mais recente, é o aparecimenlo das chamadas organizaçôes internacionais de integraçâo, do tipo comunitario. Nesse aspecto, considerado o objetivo de constituiçâo de um mercado comum, que propugna pela livre circulaçâo de pessoas, bens, serviços e capitals, o Mercosul aproximase da Unido Européia. Todavía, almejando o mesmo flm, os modelos de Integraçâo do Mercosul e da Unido Européia valem-se de melos próprlos." BASTOS, Carlos Eduardo Caputo - "Mercosul e a Integraçâo européia", in Direito & ]ustiça. caderno do Correio Brasiliense. Brasilia, 3 de fevereiro de 1997, p. 3. -508-

da América Latina e dos países africa<strong>no</strong>s de lingua ibérica, que reuniu educadores e representantes<br />

de diversos gover<strong>no</strong>s da regiäo e permitiu importantes trocas de experiencias.<br />

Ainda nessa década, teve papel importante a Comissäo de Educaçâo do Conselho Lati<strong>no</strong>-<br />

America<strong>no</strong> de Ciencias Sociais-CLACSO, que realizou importante encontró, em 1983, na<br />

cidade de Sao Paulo, sobre problemas educacionais da regiäo. A CLACSO, até hoje, tem<br />

desenvolvido diversas atividades, principalmente congressos, encontros e seminarios, de<br />

grande significado para um maior conhecimento da realidade regional e para a definiçâo de<br />

objetivos comuns. Outro fato importante do período dos a<strong>no</strong>s 80 foi a criaçâo, em Bue<strong>no</strong>s<br />

Aires, do mestrado em Educaçâo da Faculdade Lati<strong>no</strong>-Americana de Ciencias Sociais - FLACSO.<br />

6.1.5.0 passo irreversível do MERCOSUL<br />

A partir de 1985, por iniciativa dos Gover<strong>no</strong>s da Argentina e do Brasil, inicia-se, <strong>no</strong>vamente,<br />

intenso movimento multilateral que culmi<strong>no</strong>u com o chamado Tratado de Assuncáo, <strong>no</strong><br />

qual, por meio de seis documentos básicos, formularam-se as bases para o Mercado Comum<br />

do Sul-MERCOSUL, permitindo o surgimento de urna estrutura supranacional que, logo, reuniu<br />

os seguintes países: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, em 1996, o Chile. Mas sua<br />

tendencia é se ampliar, pois as transformaçôes mundiais em curso tornam imprescindível<br />

que se pense em bloco e em termos globais os problemas e processos sociais comuns,<br />

inclusive o futuro da educaçâo."'' 8<br />

No campo financeiro, os integrantes do MERCOSUL já evoluíram de um fundo financeiro<br />

para o desenvolvimiento da Bacia do Prata, o FONPLATA, para a aprovaçâo, <strong>no</strong> dia 16 de<br />

dezembro de 1996, da criaçâo de um mecanismo financeiro de integraçâo regional, com<br />

estrutura de banco, de caráter autó<strong>no</strong>mo e aberto à participaçâo de países extra-regionais,<br />

de organismos multilaterais de crédito e de instituiçôes financeiras públicas e privadas.<br />

Na área <strong>educacional</strong>, somente em dezembro de 1991 é que se procurou, efetivamente, darse<br />

continuidade aos trabalhos iniciados com as Conferencias de Ministros da Educaçâo realizadas<br />

na década de 1970. Com efeito, um dos marcos na definiçâo do papel da educaçâo<br />

<strong>no</strong> processo integrativo foi a assinatura, pelos Ministros de Educaçâo dos Países do<br />

MERCOSUL, antes mesmo da efetivaçâo desse bloco, ocorrida em I o de Janeiro de 1995, de<br />

um protocolo de intençôes, dando origem ao pla<strong>no</strong> trienal do setor para a sub-regiáo. Esse<br />

pla<strong>no</strong> tor<strong>no</strong>u-se urna realidade a partir de 1992 e estendeu-se até 1994. Objetivou ele muito<br />

"O Mercosul éum fato. É um fato político, económico e jurídico. (...)vaise revelando urna organaaçâo internacional original, com características<br />

próprias, surpreendentemente simples (...), sem urna estrutura institucional complexa, estatuindo urna experiencia <strong>no</strong>va e eficiente,<br />

em muito dessemelhante de ouïras concepçôes e modelos de integraçâo (...). O surgimento das organizares internacionais é, sem dúvida,<br />

um fenóme<strong>no</strong> contemporáneo, e, mais recente, é o aparecimenlo das chamadas organizaçôes internacionais de integraçâo, do tipo comunitario.<br />

Nesse aspecto, considerado o objetivo de constituiçâo de um mercado comum, que propugna pela livre circulaçâo de pessoas, bens,<br />

serviços e capitals, o Mercosul aproximase da Unido Européia. Todavía, almejando o mesmo flm, os modelos de Integraçâo do Mercosul e<br />

da Unido Européia valem-se de melos próprlos." BASTOS, Carlos Eduardo Caputo - "Mercosul e a Integraçâo européia", in <strong>Direito</strong> &<br />

]ustiça. cader<strong>no</strong> do Correio Brasiliense. Brasilia, 3 de fevereiro de 1997, p. 3.<br />

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