Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

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5.8.2.5.3. Terceira etapa A terceira etapa começou com a criaçâo e implantaçâo, em 1969, do primeiro sistema de televisäo escolar do Brasil, no Estado do Maranháo, que foi urna feliz iniciativa da administraçâo do entáo Governador [osé SARNEY, motivada pela inexistencia de urna rede de ensino público que atendesse da 5 a à 8 o série do ensino fundamental, e pela falta de professores qualificados. Organizada inicialmente como urna fundaçâo, a Fundaçâo Maranhense de Televisäo Educativa, esta primeira TV Educativa do Brasil, graças à sua autonomía, obteve grande sucesso na obtençâo de seus objetivos e desenvolveu-se rápidamente, até que, em 1981, transformando-se em autarquía, teve seu modelo pedagógico alterado e, a partir de 1984, passou ela a ser um mero apéndice da Secretaria Estadual de Educaçâo 398 . Essa experiencia que, ao longo de toda urna década, forneceu excelentes ensinamentos para a evoluçao da educaçâo a distancia no País, serviu de exemplo para a implantaçâo das TVs educativas do Ceará (em 1974, com cursos para o ensino medio, denominado entáo como de 2 o grau) e de Pernambuco. A TV Educativa de Pernambuco teve seu inicio com apoio do Governo Japonés, e com vocacáo para se transformar logo em um centro regional de produçâo de programas, mas seu sucesso foi bastante limitado, porque, naquela época, as transmissöes se davam via microondas e nao por satélites, e, além disso, as TV educativas dos demais estados nao possuíam equipamentos compatíveis. Mais tarde, a Televisäo Educativa do Maranhäo, em 1986, foi absorvida, pela FUNTEVE e passou a se denominar Centro de Televisäo Educativa do Nordeste. O Decreto n° 65.239, de 1969, criou o Sistema Avançado de Tecnologías Educacionais-SATE, em ámbito federal. Logo em seguida, o Governo brasileiro desenvolveu, com urna equipe de alto nivel do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, o Projeto SAC1 (Sistema Avançado de Comunicaçôes Interdisciplinares), objetivando o uso de satélite para a divulgaçâo de programas educativos 399 . Como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte já havia obtidoa concessäo de um canal de televisäo, olNPE, ao iniciar, porvoltade 1971/1972, os experimentos de transmissáo de programas do Projeto SACI, de educaçâo a distancia para ensino de I o grau menor (as quatro primeiras séries do ensino fundamental), utilizou a TV Universitaria. Ao término do Projeto SACI, suas instalaçôes e equipamentos foram transferidos para a TV Universitaria do Rio Grande do Norte, que assumiu a direçao e a continuidade dos programas. O Sistema de Televisäo Educativa do Rio Grande do Norte-SITERN voltou seus programas especialmente para as escolas das zonas rurais, onde a deficiencia do ensino regular era maior, e obteve, ñas primeiras fases de seu desenvolvimento, resultados bastante positivos para o desenvolvimento do ensino fundamental no Estado. Ainda nessa terceira etapa da educaçâo a distancia no Brasil, voltou-se ela para a formaçâo supletiva nos níveis do ensino fundamental e medio ( I o e 2 o graus), com o chamado Projeto STONE, lohn Henry - A produtividade da televisäo educativa; o caso da TVE do Maranhäo. Sao Luís: Associaçâo Brasileira de Tecnología Educacional - ABT e Fundaçâo Centro Brasileiro de Televisäo Educativa - FUNTEVÊ. 1985, p. 6. (Trabalho mimeografadol. CF INEP-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciáis - Engenharia de Sistemas, Planejamento e Controle de Projetas. Petrópolis: Vozes, 1972. -461 -

Minerva, criado em 1970, que logo incorporou a televisâo para a divulgaçâo dos programas educativos. O sucesso inicial do Projeto Minerva teve influencia decisiva para que, em 1971, fosse incluido, na Lei n° 5.692, o § 2 o do art. 25, prevendo que os cursos supletivos poderiam ser ministrados tanto em classe como mediante a utilizacáo de radio e televisâo e outros meios de comunicaçâo, que permitissem alcançar um maior número de alunos. Consolida-se, assim, na legislaçâo brasileira, pela primeira vez, a educaçâo a distancia, como sendo aquela que se realiza mediante uso de meios de comunicaçâo e com freqüencia livre, diferente, pois, da educaçâo presencial. É, portante, na década de 70 que começa a haver, nos meios oficiáis e particulares, certa compreensäo e aceitaçâo da educaçâo a distancia. Todas as experiencias anteriores, apesar de importantes, foram muito limitadas. O real desenvolvimento da educaçâo a distancia em nosso País só começa a ocorrer em 1969, aínda em sua terceira etapa de evoluçâo, com a inauguraçâo da TV Cultura e da Radio Cultura, ambas da Fundaçâo Padre Anchieta 40 °. A Fundaçâo Padre Anchieta, em 1978, uniu-se com outra organizaçâo da maior importancia para a educaçâo a distancia no Brasil: a Fundaçâo Roberto Marinho, ligada à rede Globo de Televisâo. Ambas começaram a divulgar o programa Telecurso 2 o Grau. A Fundaçâo Anchieta elaborava o material didático e os programas e a TV Globo os divulgava, tudo em convenio com o Ministerio da Educaçâo. Em relaçâo aos telecursos, duas portarías do Ministerio da Educaçâo e da Cultura e do Ministerio das Comunicaçôes, n°s 408/70 e 568/80, tiveram grande importancia para o seu desenvolvimento. Elas estenderam a veiculaçâo dos programas educativos oficiáis de educaçâo a distancia (pela televisâo e pelo radio) a todas as emissoras comerciáis. Foi esta abertura que permitiu o rápido crescimento do número de alunos e a efetiva divulgaçâo dos telecursos, os quais, até hoje, prestam inestimável colaboraçâo para a educaçâo de jovens e adultos, facilitando-lhes a terminalidade do ensino fundamental e do ensino medio, por meio de um moderno sistema de multimeios, que utiliza a televisâo, o radio e criativo material didático impresso, além de monitores especialmente treinados. É importante ressaltar-se também que é desta terceira etapa a criaçâo do Programa Nacional de Teleducaçâo, mais conhecido como PRONTEL, por meio do Decreto n° 70.185, de 1972, com o objetivo de "integrar, em ámbito nacional, as atividades didáticas e educativas através do radio televisâo e de outros meios, de forma articulada com a Política Nacional de Educaçâo". O PRONTEL desenvolveu suas atividades até 1979, quando foi substituido pela Secretaria de Aplicaçôes Tecnológicas-SEAT, que assumiu suas incumbencias, de acordó com o Decreto n° 84.240, de 1979. A Fundaçâo Padre Anchieta tem sua origem com o lançamento do programa Mmissäo ao Ginásio, da Secretaria de Educaçâo do Estado de Sao Paulo. -462-

5.8.2.5.3. Terceira etapa<br />

A terceira etapa começou com a criaçâo e implantaçâo, em 1969, do primeiro sistema de<br />

televisäo escolar do Brasil, <strong>no</strong> Estado do Maranháo, que foi urna feliz iniciativa da administraçâo<br />

do entáo Governador [osé SARNEY, motivada pela inexistencia de urna rede de ensi<strong>no</strong><br />

público que atendesse da 5 a à 8 o série do ensi<strong>no</strong> fundamental, e pela falta de professores<br />

qualificados. Organizada inicialmente como urna fundaçâo, a Fundaçâo Maranhense de Televisäo<br />

Educativa, esta primeira TV Educativa do Brasil, graças à sua auto<strong>no</strong>mía, obteve grande<br />

sucesso na obtençâo de seus objetivos e desenvolveu-se rápidamente, até que, em 1981,<br />

transformando-se em autarquía, teve seu modelo pedagógico alterado e, a partir de 1984,<br />

passou ela a ser um mero apéndice da Secretaria Estadual de Educaçâo 398 . Essa experiencia<br />

que, ao longo de toda urna década, forneceu excelentes ensinamentos para a evoluçao da<br />

educaçâo a distancia <strong>no</strong> País, serviu de exemplo para a implantaçâo das TVs educativas do<br />

Ceará (em 1974, com cursos para o ensi<strong>no</strong> medio, de<strong>no</strong>minado entáo como de 2 o grau) e de<br />

Pernambuco. A TV Educativa de Pernambuco teve seu inicio com apoio do Gover<strong>no</strong> Japonés,<br />

e com vocacáo para se transformar logo em um centro regional de produçâo de programas,<br />

mas seu sucesso foi bastante limitado, porque, naquela época, as transmissöes se davam via<br />

microondas e nao por satélites, e, além disso, as TV educativas dos demais estados nao<br />

possuíam equipamentos compatíveis. Mais tarde, a Televisäo Educativa do Maranhäo, em<br />

1986, foi absorvida, pela FUNTEVE e passou a se de<strong>no</strong>minar Centro de Televisäo Educativa<br />

do Nordeste.<br />

O Decreto n° 65.239, de 1969, criou o Sistema Avançado de Tec<strong>no</strong>logías Educacionais-SATE,<br />

em ámbito federal. Logo em seguida, o Gover<strong>no</strong> brasileiro desenvolveu, com urna equipe de<br />

alto nivel do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, o Projeto SAC1 (Sistema Avançado<br />

de Comunicaçôes Interdisciplinares), objetivando o uso de satélite para a divulgaçâo<br />

de programas educativos 399 . Como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte já havia<br />

obtidoa concessäo de um canal de televisäo, olNPE, ao iniciar, porvoltade 1971/1972, os<br />

experimentos de transmissáo de programas do Projeto SACI, de educaçâo a distancia para<br />

ensi<strong>no</strong> de I o grau me<strong>no</strong>r (as quatro primeiras séries do ensi<strong>no</strong> fundamental), utilizou a TV<br />

Universitaria. Ao térmi<strong>no</strong> do Projeto SACI, suas instalaçôes e equipamentos foram transferidos<br />

para a TV Universitaria do Rio Grande do Norte, que assumiu a direçao e a continuidade<br />

dos programas. O Sistema de Televisäo Educativa do Rio Grande do Norte-SITERN voltou<br />

seus programas especialmente para as escolas das zonas rurais, onde a deficiencia do ensi<strong>no</strong><br />

regular era maior, e obteve, ñas primeiras fases de seu desenvolvimento, resultados bastante<br />

positivos para o desenvolvimento do ensi<strong>no</strong> fundamental <strong>no</strong> Estado.<br />

Ainda nessa terceira etapa da educaçâo a distancia <strong>no</strong> Brasil, voltou-se ela para a formaçâo<br />

supletiva <strong>no</strong>s níveis do ensi<strong>no</strong> fundamental e medio ( I o e 2 o graus), com o chamado Projeto<br />

STONE, lohn Henry - A produtividade da televisäo educativa; o caso da TVE do Maranhäo. Sao Luís: Associaçâo Brasileira de<br />

Tec<strong>no</strong>logía Educacional - ABT e Fundaçâo Centro Brasileiro de Televisäo Educativa - FUNTEVÊ. 1985, p. 6. (Trabalho<br />

mimeografadol.<br />

CF INEP-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciáis - Engenharia de Sistemas, Planejamento e Controle de Projetas. Petrópolis:<br />

Vozes, 1972.<br />

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