Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

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3) diferenciar educaçâo básica de educaçâo profissional, mas promovendo uma maior interaçâo entre elas; 4) promover o desenvolvimento didático-metodológico; 5) preparar profissionais capazes para trabalhos com feiçoes coletivas, multifuncionais, polivalentes e sistêmicas, diferentes, portante, da tradicional fragmentaçâo por áreas do mercado de trabalho; 6) resgatar a qualificaçâo profissional - como sendo recuperaçâo e valorizaçâo da competencia profissional do trabalhador, a quai extrapola o campo do desempenho técnico e a área interna das empresas para assumir sua dimensâo de cidadania. Esse resgate é passo essencial para se aumentar a capacidade competitiva empresarial e para se garantir uma melhor qualidade de vida para todos, requisitos básicos de uma sociedade efetivamente moderna. 5.5.3.15. A educaçâo cooperativista Talvez nao seja este capítulo o mais adequado para se tocar em uma materia que nao foi nem mesmo abordada na LDB, mas que deve ser objeto de interesse dos educadores. Trata-se da solidariedade e da cooperaçâo para o desenvolvimento: a educaçâo cooperativista ou cooperatista. Mais do que nunca, no inicio do próximo século, os profissionais de todas as áreas deverâo estar preparados para assumir como hábito comum o pensar, julgar e agir em conformidade corn os principios cooperativistas que visam, segundo SCHNEIDER, a "modificar, substituindo a médio e longo prazo, a atual configuraçao socio-econômica, baseada numa intensa competitividade individ alista, que, ao invés de promover o bem-estar de todos, promove apenas a algumas minorías privilegiadas (...). A educaçâo cooperativista deve concentrarse primordialmente na formaçâo de pessoas solidarias, dem cráticas e capazes de auto-ajudar-se na base da entre-ajuda, capazes, enfim, de situar o interesse do gr pelo mesmo nivel de importancia do interesse individual e familiar" . 293 A esse respeito, sâo importantes também as palavras de MAGGIO & LASGNA: "nuestras jóvenes democracias latinoamericanas tienen en la educación cooperativa la possibilidad de destruir desde la esc al paternalismo sobreprotetor que debilita al hombre, reemplazandado por la fraternidad que lo fortalece" , 2 Sao oportunas essas palavras, tendo em vista que o desenvolvimento, como demonstra a Historia, nao vem apenas do conhecimento da realidade, das ciencias e das técnicas; ele depende também de esforços conjuntos capazes de tornar o resultado do trabalho em grupo maior do que a simples soma dos trabalhos individuáis dos membros do grupo. 293 Apud PAIXÄO, Sandra Regina Peretti - O cooperativismo ñas escolas rurais da zona sui, diagnóstico e desenvolvimento. Pelotas: Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. 1992. p. 23. 294 Id. IW. p. 23. -356-

Daí também a importancia da formaçâo de crianças, jovens e adultos com mentalidade e hábitos cooperativistas.É essencial, para a realizaçâo do ser humano, que ele exercite, com prazer e conscientemente, o sentimento de pertencer a um grupo (familia, religiáo, empresa, naçâo, clube, partido político, time, associacáo, banda, sindicato, escola, planeta terra etc) e a sensaçâo de ser útil a esse grupo pela sua competencia profissional e a sua participaçâo na construçâo de urna sociedade com melhor qualidade de vida. 5.5.3.16. Formaçâo dos hábitos de cooperar e de liderar com autodisciplina Toda açâo humana, normalmente, tern, no mínimo, dois lados, o individual e o social. Muitas vezes ela é influenciada pelo exterior da pessoa; outras vezes, a pessoa pode também influ­ enciar a estabilidade ou as mudanças no seu ambiente externo. Daí a necessidade de se formar para o exercício da liderança, especialmente da liderança situacional, seja na educa- çâo básica, desde a infantil, seja na educaçâo profissional, inclusive na de pós-graduacao. Ensinar e divulgar o hábito de cooperar (servir à comunidade onde se vive e à organizaçâo onde se trabalha) e o de liderar é essencial tanto para fortalecer a criatividade e a motivaçâo individuáis e coletivas, quanto para preparar nossa economía para a competitividade e para o processo de integraçâo. 295 Hoje, está comprovado que estes hábitos, assim como a autodisciplina individual e coletiva (imprescindíveis no combate à violencia), nao sao produtos espontáneos, mas frutos da cultura onde a pessoa se desenvolveu e, especialmente, da educaçâo que recebeu. Daí a importancia de se ensinar, de forma planejada e programada, as idéias, conceitos, principios e valores do cooperativismo, o que sugere o desenvolvimento urgente de urna educaçâo cooperativista, caminhando junto com a educaçâo profissional. A palavra cooperar, etimológicamente, vem do latim e significa "trabalhar com", ou seja, agir com outras pessoas com um objetivo comum. Desta forma, qualquer empreendimento é urna forma de cooperaçâo, pois nele há pessoas que se unem para atuar em funcäo de um propósito comum. O cooperativismo parte deste conceito, mas pode ser tanto uma doutrina quanto um sistema, ou mesmo urna simples atitude que défende a forma cooperativista de decisáo e de organizaçâo como a ideal para a organizaçâo das atividades sócio-economicas e para a construçâo de uma sociedade mais humana. Cooperativa, segundo divulgou o Congresso do Centenario da Aliança Cooperativa Internacional-ACI, realizado em 1995, na Inglaterra, "é urna assoäacäo autónoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspiraçôe e necessidades económicas, saciáis e culturáis comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democráticamente gerid cooperativas baseiam-se em valores como ajuda mutua, responsabilidade, democracia, igualdade, eqüidade e solidariedade. "Na tradiçâo de seus fundadores, os membros das cooperativas acredilam nos valores éticos da honestidade, transpar responsabilidade social e preocupando pelo seu semelhante." Os principios que as cooperativas adotam para a concretizaçâo desses valores sao: a)adesäo voluntaria e livre; b) gestäo democrática pelos membros; c) participaçâo económica dos membros; d) autonomía e independencia; e) educaçâo, formaçâo e informaçâo; f) intercooperaçâo; e g| interesse pela comunidade. (Cf. ORGANIZAÇÂO DAS COOPERATIVAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA-OCESC - O Cooperativismo ao alcance de todos. Florianópolis: Instituto Técnico das Cooperativas. 1996. p. 7. -357-

Daí também a importancia da formaçâo de crianças, jovens e adultos com mentalidade e<br />

hábitos cooperativistas.É essencial, para a realizaçâo do ser huma<strong>no</strong>, que ele exercite, com<br />

prazer e conscientemente, o sentimento de pertencer a um grupo (familia, religiáo, empresa,<br />

naçâo, clube, partido político, time, associacáo, banda, sindicato, escola, planeta terra etc)<br />

e a sensaçâo de ser útil a esse grupo pela sua competencia profissional e a sua participaçâo<br />

na construçâo de urna sociedade com melhor qualidade de vida.<br />

5.5.3.16. Formaçâo dos hábitos de cooperar e de liderar com autodisciplina<br />

Toda açâo humana, <strong>no</strong>rmalmente, tern, <strong>no</strong> mínimo, dois lados, o individual e o social. Muitas<br />

vezes ela é influenciada pelo exterior da pessoa; outras vezes, a pessoa pode também influ­<br />

enciar a estabilidade ou as mudanças <strong>no</strong> seu ambiente exter<strong>no</strong>. Daí a necessidade de se<br />

formar para o exercício da liderança, especialmente da liderança situacional, seja na educa-<br />

çâo básica, desde a infantil, seja na educaçâo profissional, inclusive na de pós-graduacao.<br />

Ensinar e divulgar o hábito de cooperar (servir à comunidade onde se vive e à organizaçâo<br />

onde se trabalha) e o de liderar é essencial tanto para fortalecer a criatividade e a motivaçâo<br />

individuáis e coletivas, quanto para preparar <strong>no</strong>ssa eco<strong>no</strong>mía para a competitividade e para<br />

o processo de integraçâo. 295<br />

Hoje, está comprovado que estes hábitos, assim como a autodisciplina individual e coletiva<br />

(imprescindíveis <strong>no</strong> combate à violencia), nao sao produtos espontáneos, mas frutos da<br />

cultura onde a pessoa se desenvolveu e, especialmente, da educaçâo que recebeu. Daí a<br />

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e valores do cooperativismo, o que sugere o desenvolvimento urgente de urna educaçâo<br />

cooperativista, caminhando junto com a educaçâo profissional.<br />

A palavra cooperar, etimológicamente, vem do latim e significa "trabalhar com", ou seja, agir com outras pessoas com<br />

um objetivo comum. Desta forma, qualquer empreendimento é urna forma de cooperaçâo, pois nele há pessoas que<br />

se unem para atuar em funcäo de um propósito comum. O cooperativismo parte deste conceito, mas pode ser tanto<br />

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organizaçâo como a ideal para a organizaçâo das atividades sócio-eco<strong>no</strong>micas e para a construçâo de uma sociedade<br />

mais humana. Cooperativa, segundo divulgou o Congresso do Centenario da Aliança Cooperativa Internacional-ACI,<br />

realizado em 1995, na Inglaterra, "é urna assoäacäo autó<strong>no</strong>ma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspiraçôe<br />

e necessidades económicas, saciáis e culturáis comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democráticamente gerid<br />

cooperativas baseiam-se em valores como ajuda mutua, responsabilidade, democracia, igualdade, eqüidade e solidariedade.<br />

"Na tradiçâo de seus fundadores, os membros das cooperativas acredilam <strong>no</strong>s valores éticos da honestidade, transpar<br />

responsabilidade social e preocupando pelo seu semelhante." Os principios que as cooperativas adotam para a concretizaçâo<br />

desses valores sao: a)adesäo voluntaria e livre; b) gestäo democrática pelos membros; c) participaçâo económica dos<br />

membros; d) auto<strong>no</strong>mía e independencia; e) educaçâo, formaçâo e informaçâo; f) intercooperaçâo; e g| interesse pela<br />

comunidade. (Cf. ORGANIZAÇÂO DAS COOPERATIVAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA-OCESC - O Cooperativismo ao<br />

alcance de todos. Florianópolis: Instituto Técnico das Cooperativas. 1996. p. 7.<br />

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