Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

unesdoc.unesco.org
from unesdoc.unesco.org More from this publisher
13.04.2013 Views

controle e supervisäo. Estimase, porém, que em 1989 cerca de 667 mil enancas atéquatro anos estariam freqüentando creche ou pré-escola e que aproximadamente 2,8 milhoes de enancas entre quatro e seis an estariam matriculadas em pré-escolas" u \ Esse documento do MEC ressalta também problemas de ordern qualitativa das creches e pré-escolas, para os quais os Governos Federal, estaduais e municipals, bem como as organizaçôes comunitarias e os pais, deveriam dar especial atencáo: "Essa expansäo, sem os investimentos técnicos e financeiros necessários por parte do estado e da sociedade, acarretou, em termos gl urna significativa deterioraçao na qualidade do atendimento, especialmente em creches. A insuficie inadequaçao de espaçps físicos, equipamentos e materials pedagógicos (especialmente brinquedos e liv näo incorporacäo da dimensäo educativa nos objetivos da creche-, a separaçâo entre as funcoes de educ cuidar-, a inexistencia de currículos e propostas pedagógicas sao indicadores importantes da baixa qu do atendimento as crianças, especialmente as menores" 2 ^. O quadro a seguir, que elaboramos com dados retirados do Anuario Estatístico do Brasil - 1994 (editado pelo IBGE) 246 e correspondentes ao ano de 1993, dá-nos urna visáo geral da educaçâo infantil no Brasil: |§f?|pTA|pLl|fM^ BRASIL iSÜSüíiilil PROFESSORES JÍÍÜWDÍIIÍI^Í TOTAL ;;::j3!!f;; 192.333 4.085.978 FEDERAL ¡¡¡||l34 :: l 1¡||25;79||1 342 T^xmw- ESTADUAL 38.123 3|i9li:,3$o,:: ; r MUNICIPAL PARTICULAR lljilillSIliSl WËÊËÊÊÈ 94.639 50.229 A:^IÍ08Í:^Í| imimoMsl 5.5.2.2.5. O conceito de educaçâo infantil na LDB e sua integraçâo aos sistemas municipals de educaçâo A educaçâo infantil foi conceituada, no art. 29 da LDB, como sendo a destinada as crianças de até seis anos de idade, com a finalidade de complementar a acáo da familia e da comunidade, objetivando o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. A Lei Darcy Ribeiro, em consonancia com a opiniáo da maioria dos educadores e psicólogos do mundo inteiro, que consideram os seis primeiros anos de vida de urna criança como os mais propicios à aprendizagem, houve por bem integrar a educaçâo infantil aos sistemas municipals de educaçâo e como parte inicial da educaçâo básica. 214 MINISTERIO DA EDUCAÇÂO E DO DESPORTO - Política de educaçâo infantil; proposla. Brasilia: MEC/SEF/COEDI, 1993. p. 13. 245 Op.cit.p. 13. 246 Cf. IBGE - Anuario Estatístico do Brasil 1994. Rio de laneiro: Ministerio do Planejamento e Orçamento/ Fundaçâo Insti­ tuto Brasileiro de Geografía e Estatística-IBGE. 1994. p. 2-158 a 2-163. -303-

Desta forma, as creches e pré-escolas deixaram de ser livres, isto é, sem qualquer exigencia para sua organizaçâo estrutural e pedagógica e para a autorizaçâo de seu funcionamento. 5.5.2.2.6. Competencia dos sistemas municipals e exigencias para as creches e pré-escolas Aos sistemas municipals de ensino compete os cuidados necessários para a institucionalizaçâo da educaçâo infantil em seus respectivos territorios, para que as creches e pré-escolas se enquadrem, no prazo máximo de très anos (art. 89), ñas normas da LDB, isto é, componham o primeiro nivel da educaçâo básica (exigencia do inciso I do art. 21), providenciando sua autorizaçâo e exigindo de seus professores a habilitaçâo legal em curso normal medio ou de nivel superior (conferir art. 62). 5.5.2.2.7. Liberaçâo dos pais para o trabalho A Lei n° 9.394, de 1996, só previu objetivos para a educaçâo infantil relacionados diretamente com o menor, mas, é claro, ela alcança também outros objetivos, como a proteçâo aos filhos, com a conséquente liberaçâo dos pais (ou responsáveis pelas crianças) para o trabalho, principalmente se esse trabalho é feito fora do lar. 5.5.2.2.8. Importancia da assistência médico-odontológica e nutricional para o desenvolvimento físico, mental e educacional das crianças Quanto ao desenvolvimento físico que se busca, envolve ele tanto a assistência médicoodontológica, quanto a alimentaçâo, o que se constituí em investimento comprovadamente eficiente para se aumentar o rendimento da criança, A importancia desse atendimento na área nutricional, principalmente ñas creches, é, como afirma com segurança o Professor David L. BOIANOVISKY, "a maior e mais urgente prioridade, em termos de saúde pública, em nosso País" 247 . Urna pesquisa feita por Ana Maria POPPOVIC e sintetizada por Eurides Brito da SILVA comprovou "que as enancas de nivel sócio-economico baixo tinham dois anos de atraso na capacidade mental em relaçao a crianças de nivel sócio-economico alto, e que as diferenças se mostravam progressivamen maiores, na proporçâo direta da idade. Assim, aos quatro anos elas apresentavam, em média, 19,5 pontos de atraso na escala de testes utilizados; aos cinco anos, o atraso se elevava para 24,7 pontos e aos seis anos diferença sabia para 37,5 pontos. Em média, as crianças de ambientes carentes estavam, aos seis anos, dois anos interiorizadas no sen desenvolvimento psicossocial e cognitivo, em relaçao aos padroes considera normáis para as crianças de classe média alta. Esse tipo de retardo poderla ser a explicaçâo para a alta tax de revelé.¿.a, sobretudo na 1" série do \° grau" 2i& . BOIANOVISKX David L. - "Alguns aspectos da relaçao entre estado nutricional do pré-escolar e educaçâo", in Cámara dos Deputados - Diretrizes e Bases da Educaçâo. Brasilia: Cámara dos Deputados. 1977, p. 115. SILVA, Eurides Brito da - 'A antecipaçâo do inicio da escolarizaçâo", in Reunido Conjunta dos Conselhos de Educaçâo-, 1963/1978. Brasilia: CFE/MEC/DDD. 1980, p. 780. -304-

Desta forma, as creches e pré-escolas deixaram de ser livres, isto é, sem qualquer exigencia<br />

para sua organizaçâo estrutural e pedagógica e para a autorizaçâo de seu funcionamento.<br />

5.5.2.2.6. Competencia dos sistemas municipals e exigencias para as creches e<br />

pré-escolas<br />

Aos sistemas municipals de ensi<strong>no</strong> compete os cuidados necessários para a institucionalizaçâo<br />

da educaçâo infantil em seus respectivos territorios, para que as creches e pré-escolas se<br />

enquadrem, <strong>no</strong> prazo máximo de très a<strong>no</strong>s (art. 89), ñas <strong>no</strong>rmas da LDB, isto é, componham<br />

o primeiro nivel da educaçâo básica (exigencia do inciso I do art. 21), providenciando sua<br />

autorizaçâo e exigindo de seus professores a habilitaçâo legal em curso <strong>no</strong>rmal medio ou de<br />

nivel superior (conferir art. 62).<br />

5.5.2.2.7. Liberaçâo dos pais para o trabalho<br />

A Lei n° 9.394, de 1996, só previu objetivos para a educaçâo infantil relacionados diretamente<br />

com o me<strong>no</strong>r, mas, é claro, ela alcança também outros objetivos, como a proteçâo<br />

aos filhos, com a conséquente liberaçâo dos pais (ou responsáveis pelas crianças) para o<br />

trabalho, principalmente se esse trabalho é feito fora do lar.<br />

5.5.2.2.8. Importancia da assistência médico-odontológica e nutricional para o<br />

desenvolvimento físico, mental e <strong>educacional</strong> das crianças<br />

Quanto ao desenvolvimento físico que se busca, envolve ele tanto a assistência médicoodontológica,<br />

quanto a alimentaçâo, o que se constituí em investimento comprovadamente<br />

eficiente para se aumentar o rendimento da criança, A importancia desse atendimento na<br />

área nutricional, principalmente ñas creches, é, como afirma com segurança o Professor<br />

David L. BOIANOVISKY, "a maior e mais urgente prioridade, em termos de saúde pública, em <strong>no</strong>sso<br />

País" 247 .<br />

Urna pesquisa feita por Ana Maria POPPOVIC e sintetizada por Eurides Brito da SILVA comprovou<br />

"que as enancas de nivel sócio-eco<strong>no</strong>mico baixo tinham dois a<strong>no</strong>s de atraso na capacidade mental<br />

em relaçao a crianças de nivel sócio-eco<strong>no</strong>mico alto, e que as diferenças se mostravam progressivamen<br />

maiores, na proporçâo direta da idade. Assim, aos quatro a<strong>no</strong>s elas apresentavam, em média, 19,5 pontos de<br />

atraso na escala de testes utilizados; aos cinco a<strong>no</strong>s, o atraso se elevava para 24,7 pontos e aos seis a<strong>no</strong>s<br />

diferença sabia para 37,5 pontos. Em média, as crianças de ambientes carentes estavam, aos seis a<strong>no</strong>s, dois<br />

a<strong>no</strong>s interiorizadas <strong>no</strong> sen desenvolvimento psicossocial e cognitivo, em relaçao aos padroes considera<br />

<strong>no</strong>rmáis para as crianças de classe média alta. Esse tipo de retardo poderla ser a explicaçâo para a alta tax<br />

de revelé.¿.a, sobretudo na 1" série do \° grau" 2i& .<br />

BOIANOVISKX David L. - "Alguns aspectos da relaçao entre estado nutricional do pré-escolar e educaçâo", in Cámara dos Deputados<br />

- Diretrizes e Bases da Educaçâo. Brasilia: Cámara dos Deputados. 1977, p. 115.<br />

SILVA, Eurides Brito da - 'A antecipaçâo do inicio da escolarizaçâo", in Reunido Conjunta dos Conselhos de Educaçâo-, 1963/1978.<br />

Brasilia: CFE/MEC/DDD. 1980, p. 780.<br />

-304-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!