Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco
Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco
no, a quai, sem dúvida alguma, deixa muito a desejar, como ficou provado pelo baixo nivel de desempenho de nossas escolas, levantado na última avaliaçâo do ensino básico brasileiro desenvolvida, em 1995, pela Secretaria de Avaliaçâo e Informaçâo Educacional do MEC, cuja síntese apresentamos a seguir: MÉPÏA (PE 0 A 100) DOS EOUIPAMENTOS »AS ESCOLAS NO BRASIL*** Bibliotecas IJvros * Laboratorios de ciencias Laboratorios de informática . Computadores Auditorios ". Quadra de Esportes Equipamentos de Educaçao Física Quadro-negro AparelhodeW Vídeo 44,3 '.'•/V!W,q;~t'; 21,1 ; ; .-1.1,8 -':r- 24,1 . •' \'2Q,3*,:;> 39,3 - - '- - • - 393 í,.->vr 69,9 • alfa. - 5.3.2. Ensino fundamental é direito público subjetivo, e negligencia é crime de responsabilidade O art. 5 o , além de repetir que o acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, acrescentou que qualquer cidadáo, grupo de cidadáos, associaçâo comunitaria, organizaçâo sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituida e o Ministerio Público podem acionar o Poder Público para exigi-lo. Assim, como já explicamos no comentario ao art. 208 da Constituicáo, podem entrar com acóes junto ao Poder Judiciário para exigir da autoridade competente o direito de matrícula no ensino obrigatório e gratuito, sendo gratuita e de rito sumario a acáo judicial correspondente. O § 3 o do art. 5 o reforça a legitimidade das partes mencionadas no caput desse artigo para peticionarem perante o Poder Judiciário. Eis aqui o cerne do Direito Educacional, pois tanto esse artigo quanto o seu correspondente na Constituicáo de 1988 sao instrumentos educativos e coercitivos eficientes no combate à indiferença das autoridades, principalmente as municipais, em relaçâo à democratizaçao da educaçao. Certo estava Pontes de MIRANDA, quando asseverou: " A ingenuidade ou a indiferença ao conteúdo dos enunciados com que os legisladores constituintes lançam a regra 'a educaçao é direi todos' lembra-nos aquela Constituicáo espankola em que se decretava que todos 'os espanfióis seriam', de Fonte: MEC/Secretaria de Avaliaçâo e Informaçâo Educacional/ Sistema de Avaliaçâo da Educaçao Básica-SAEB. Cf. Folha de Sao Paulo. Cotidiano. Caderno 3, p. 5. Sao Paulo, 15 de novembro de 1996. Cf. também na revista Isto é, n° 1417, de 27 de novembro de 1996, p. 48 a 56. -227- 56,1
aquele momento, 'buenos'. A educaçâo somente pode ser direito de todos se há escolas em número suficiente e se ninguém é excluido délas, portanto, se fia direito público subjetivo à educaçâo, e o Estado pode e lern entregar a preslaçâo educacional. Fora daí, é iludir com artígos de Constituiçâo ou de leis. Resolver o prob ma da educaçâo nao é fazer leis, ainda que excelentes; é abrir escolas, tendo professores e admitindo a nas" 205 . Daí a importancia do Direito Educacional, o qual deve ser, antes de tudo, como bem ressalta o educador e jurista Edivaldo M. BOAVENTURA, "um instrumento capaz de levar a educaçâo a todos. \sto é, sair do enunciado e da declaraçâo, que 'todos têm o direito à educaçâo', para a efetivaçâo individual social, administrativa e judiciária da educaçâo" 206 . O § 4° do art. 5 o determina que, nos casos de nao oferecimento do ensino fundamental, se comprovada a negligencia da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensi no obrigatório, poderá essa autoridade ser imputada por crime de responsabilidade. Essa ordern da Lei poderá levar administradores municipais e estaduais relapsos em relaçâo à destinaçâo de recursos para a manutençâo e o desenvolvimento do ensino em suas áreas de competencia a terem uma maior atençâo para com a questâo educacional. A previsâo de punibilidade para os negligenciadores, por si só, já é um grande avanço e demonstra a preo- cupaçâo de nossos Parlamentares em tornar efetivo o direito à educaçâo. Essa possibilidade de imputaçâo por crime de responsabilidade é um instrumento ñas máos da sociedade para que qualquer pessoa que se sentir lesada pela omissâo de algum dos poderes públicos, possa exigir o respeito ao direito à educaçâo e, ao mesmo tempo, contri buir para a reduçâo do número de enancas fora das escolas. Segundo cálculos do MEC referentes a 1995 207 , cerca de oitenta e sete por cento da popula- çâo brasileira de sete a quatorze anos de idade freqüentavam escolas, o que significa que treze por cento permaneciam fora delas. No entanto, esses índices medios nacionais sâo bastante alterados quando encaramos a realidade em termos regionais. No Nordeste, por exemplo, freqüentam as escolas apenas setenta por cento das crianças e jovens na referida faixa etária, o que nos mostra que trinta por cento deles permanecem excluidos do ensino fundamental. Essa é a principal causa da continuidade da altissima taxa de analfabetismo no Nordeste: trinta e nove por cento, enquanto no Brasil ela era, em 1995, de dezenove por cento 208 , o que também representa uma alta taxa se a compararmos com as de outros países. 205 MIRANDA, Pontes de -Comentarios à Constituiçâo de ; 1946. 2" ed. Rio de ]aneiro-. ßorsoi. 1963. T. 4. p. 187. 206 BOAVENTURA, Edivaldo M. - "Um ensaio de Sistematizacäo do Direito Educacional", in Revista de tnfomaçâo Legislativa. Brasilia: Senado Federal. 1996, julho a setembro, Ano 33, n° 131. p. 42. 207 Cf. Ministerio da Educaçâo e do Desporto - Relatório de atividades de 1995. Brasilia: MEC, 1996. p. 18. 2 °» Cf. id. ibid., p. 18. -228-
- Page 158 and 159: saúde, e valorizamos realmente os
- Page 160 and 161: de educaçâo superior" l70 . Essa
- Page 162 and 163: 7) outros principios constitucionai
- Page 164 and 165: Comentarios: Nesse artigo, os Const
- Page 166 and 167: çâo, portante, passa, obrigatoria
- Page 168 and 169: de cada um deles na área educacion
- Page 170 and 171: os recursos públicos serem destina
- Page 172 and 173: Na competencia exclusiva do Congres
- Page 174 and 175: Com efeito, a materia está devidam
- Page 176 and 177: Joäo Barbalho, eminente Parlamenta
- Page 178 and 179: adotou a tese da descentralizaçâo
- Page 180 and 181: nente dos sistema federal de ensino
- Page 182 and 183: Assim, pelo menos na área pública
- Page 184 and 185: I - comprovem finaüdade nao lucrat
- Page 186 and 187: Soèretudo hoje quando se tende a p
- Page 188 and 189: § b° A Uniäo aplicará na erradi
- Page 190 and 191: "O que se verifica é que a distrib
- Page 192 and 193: "seria viável um piso de R$ 500,00
- Page 194 and 195: da Criança e do Adolescente (Lei n
- Page 196 and 197: 5.1.4. Preparar para absorver inova
- Page 198 and 199: tecnológica. Harmonía que implica
- Page 200 and 201: Em 1948, no art. 2° do projeto de
- Page 202 and 203: No inciso VII, correspondente ao in
- Page 204 and 205: 5.3. TÍTULO III: DO DIREITO À EDU
- Page 206 and 207: çâo ao art. 208 da Constituiçâo
- Page 210 and 211: 5.3.3. Recenseamento, chamada públ
- Page 212 and 213: seus filfios estabelecimentos de en
- Page 214 and 215: É importante ressaltar que, apesar
- Page 216 and 217: Tais ensinamentos permanecem atuais
- Page 218 and 219: epito, é dar escolaridade à popul
- Page 220 and 221: IV 'autorizar, reconhecer, credenci
- Page 222 and 223: Comentarios: 5.4.1. Autonomía orga
- Page 224 and 225: Na realidade, o Ministerio da Educa
- Page 226 and 227: Educaçâo, a Ciencia e a Cultura -
- Page 228 and 229: 5.4.11. Processo nacional de avalia
- Page 230 and 231: sc í , MS " - .;; ES _ ;-Vr;sE r ;
- Page 232 and 233: irem ao programa de avaliaçâo int
- Page 234 and 235: do art. 9°, tern funçôes normati
- Page 236 and 237: Sem qualidade, o ensino pode se tra
- Page 238 and 239: 5.4.27. CNE: partícipacáo da soci
- Page 240 and 241: sumindo, assim, o risco de transfor
- Page 242 and 243: f) deliberar sobre os estatutos das
- Page 244 and 245: A quinta incumbencia dos estados é
- Page 246 and 247: 5.4.42. Liberdade para integraçâo
- Page 248 and 249: no aluno, pois a aprendizagem é o
- Page 250 and 251: professor ( 15 de outubro), ou aind
- Page 252 and 253: Outro ponto que deve ser ressaltado
- Page 254 and 255: Nenhuma escola pode omitir-se total
- Page 256 and 257: 5.4.44. Incumbencias dos docentes U
<strong>no</strong>, a quai, sem dúvida alguma, deixa muito a desejar, como ficou provado pelo baixo<br />
nivel de desempenho de <strong>no</strong>ssas escolas, levantado na última avaliaçâo do ensi<strong>no</strong> básico<br />
brasileiro desenvolvida, em 1995, pela Secretaria de Avaliaçâo e Informaçâo Educacional<br />
do MEC, cuja síntese apresentamos a seguir:<br />
MÉPÏA (PE 0 A 100) DOS EOUIPAMENTOS »AS ESCOLAS NO BRASIL***<br />
Bibliotecas<br />
IJvros *<br />
Laboratorios de ciencias<br />
Laboratorios de informática .<br />
Computadores<br />
Auditorios ".<br />
Quadra de Esportes<br />
Equipamentos de Educaçao Física<br />
Quadro-negro<br />
AparelhodeW<br />
Vídeo<br />
44,3<br />
'.'•/V!W,q;~t';<br />
21,1<br />
; ; .-1.1,8 -':r-<br />
24,1<br />
. •' \'2Q,3*,:;><br />
39,3<br />
- - '- - • - 393 í,.->vr<br />
69,9<br />
• alfa. -<br />
5.3.2. Ensi<strong>no</strong> fundamental é direito público subjetivo, e negligencia<br />
é crime de responsabilidade<br />
O art. 5 o , além de repetir que o acesso ao ensi<strong>no</strong> fundamental é direito público subjetivo,<br />
acrescentou que qualquer cidadáo, grupo de cidadáos, associaçâo comunitaria, organizaçâo<br />
sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituida e o Ministerio Público podem<br />
acionar o Poder Público para exigi-lo. Assim, como já explicamos <strong>no</strong> comentario ao art. 208<br />
da Constituicáo, podem entrar com acóes junto ao Poder Judiciário para exigir da autoridade<br />
competente o direito de matrícula <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> obrigatório e gratuito, sendo gratuita e de rito<br />
sumario a acáo judicial correspondente. O § 3 o do art. 5 o reforça a legitimidade das partes<br />
mencionadas <strong>no</strong> caput desse artigo para peticionarem perante o Poder Judiciário.<br />
Eis aqui o cerne do <strong>Direito</strong> Educacional, pois tanto esse artigo quanto o seu correspondente<br />
na Constituicáo de 1988 sao instrumentos educativos e coercitivos eficientes <strong>no</strong> combate à<br />
indiferença das autoridades, principalmente as municipais, em relaçâo à democratizaçao da<br />
educaçao. Certo estava Pontes de MIRANDA, quando asseverou: " A ingenuidade ou a indiferença<br />
ao conteúdo dos enunciados com que os legisladores constituintes lançam a regra 'a educaçao é direi<br />
todos' lembra-<strong>no</strong>s aquela Constituicáo espankola em que se decretava que todos 'os espanfióis seriam', de<br />
Fonte: MEC/Secretaria de Avaliaçâo e Informaçâo Educacional/ Sistema de Avaliaçâo da Educaçao Básica-SAEB. Cf.<br />
Folha de Sao Paulo. Cotidia<strong>no</strong>. Cader<strong>no</strong> 3, p. 5. Sao Paulo, 15 de <strong>no</strong>vembro de 1996. Cf. também na revista Isto é, n°<br />
1417, de 27 de <strong>no</strong>vembro de 1996, p. 48 a 56.<br />
-227-<br />
56,1