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Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

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específica, a ser determinada pelo mercado de trabalho. "Este, de preferencia, e nao o ser em<br />

desenvolvimento, deve comandar o processo educativo, <strong>no</strong> que diz respeito as relaçôes entre trabalho e edu<br />

cao", dizia, naquela época, o entáo Presidente do Conselho Federal de Educaçâo, Paulo<br />

Nathanael Pereira de SOUZA. E ele assim continuava: "Aspiracöes e aptidoes, que seriam osfatores<br />

endóge<strong>no</strong>s do ato de educar para o trabalho, cedem passo as necessidades e imperativos de mercado, que, <strong>no</strong><br />

caso, representam os fatores exóge<strong>no</strong>s desse mesmo ato"'<br />

A partir da década de 1980, a visáo económica cede lugar a urna visáo mais ampia da educacao<br />

como preparaçâo para o trabalho, num sentido mais pedagógico propriamente dito, que<br />

envolve aspectos psicológicos, filosóficos, antropológicos e sociais, além dos económicos,<br />

ou seja, o trabalho nao apenas como categoría económica, mas como elemento indispensável<br />

para o desenvolvimento integral do hörnern.<br />

A qualificaçâo para o trabalho constante de <strong>no</strong>ssa Constituicáo nao significa, portante exigencia<br />

de que o ensi<strong>no</strong> básico (infantil, fundamental e medio) ofereçam, obrigatoriamente, a<br />

profissionalizaçâo <strong>no</strong> sentido de habilitar compulsoriamente o alu<strong>no</strong> para o exercício de<br />

urna profissáo. Essa fase de radicalismo, felizmente, já passou. A expressáo foi aqui utilizada<br />

em um sentido mais genérico, que pode, opcionalmente, incluir a habilitaçâo para um trabalho<br />

específico, principalmente <strong>no</strong> nivel superior.<br />

Hoje, como bem ressaltou Silvia RUIZ, após interessante pesquisa da Folha de Sao Paulo, <strong>no</strong><br />

artigo "Tendencias revelam perfil das profissöes do futuro", "o diploma nao é mais urna garantía de espaço<br />

<strong>no</strong> mercado de trabalho. Mas continuará sendo urna das exigencias para o sucesso do futuro profissional<br />

dizem importantes especialistas em recursos huma<strong>no</strong>s" 160 . Alias, <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior, em varias partes<br />

do mundo a preparaçâo na graduaçâo tern sido mais generalista, ficando a especializaçâo<br />

para a pós-graduacao, com o que já concordam diversos especialistas brasileiros, como o<br />

Professor José Atfli VANIN, da Fundaçâo Universitaria para o Vestibular - Fuvest, que assim<br />

sintetiza seu pensamento a respeito: "A opçâo por urna especialidade deve ser feita <strong>no</strong> mestrado e<br />

doutorado" [M .<br />

Apesar dessa tendencia já confirmada mundialmente, nao se pode retirar de todo da educacao,<br />

e nisso os Constituintes agiram bem, sua finalidade de preparar a pessoa para o mundo<br />

do trabalho, qualificando-a para o exercício profissional, mesmo que essa preparaçâo seja<br />

para formar futuros generalistas e cidadáos do mundo. Alias, nesse caso, a educaçâo teria<br />

de abranger um leque mais ampio e atualizado de formaçâo científica e tec<strong>no</strong>lógica, para<br />

formar generalistas que sejam pessoas aptas a enfrentar os mais diversos desafios de sua<br />

profissáo, ou de <strong>no</strong>vas profissöes, com criatividade e motivaçâo, conscientes da importancia<br />

de sua participaçâo em equipe para a soluçâo de pequeños problemas e até de grandes<br />

questôes que poderáo alterar a vida de milhôes de pessoas por todo o mundo.<br />

Estes comentarios têm continuidade, neste livra, ao se analisar o art. I o e 2 o da LDB.<br />

Parecer do Conselho Federal de Educaçâo n° 170, de 7 de marco de 1983, p. 3.<br />

RUIZ, Silvia - "Tendencias revelam perfil das profissöes <strong>no</strong> futuro", in Folha de Sao Paulo, 20 de maio de 1996. cader<strong>no</strong> 5, p. 6. Diz ela:<br />

"quem sonha com emprego seguro e carreira sólida em urna grande empresa é um forte candidato ao fracasso. Algumas das mais importantes<br />

empresas de recursos huma<strong>no</strong>s do País traçaram para a Folha o perfil do profissional e do mercado de trabalho <strong>no</strong> próximo milenio. O<br />

resultado é que mullos valores de hoje, como a seguranca de urna carreira numa empresa, nao valeráo <strong>no</strong> a<strong>no</strong> 2000."<br />

Apuá RUIZ, Silvia - op. cit., p.6.<br />

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