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Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

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apesar de oficialmente extintos, continuavam existindo na clandestinidade e atuantes em<br />

defesa tanto das reivindicacóes diretamente relacionadas com as necessidades de reformas<br />

e ampliacóes <strong>no</strong>s sistemas de ensi<strong>no</strong>, quanto das liberdades democráticas e da justiça social.<br />

No entanto, o Gover<strong>no</strong> tinha consciência de que a crise <strong>educacional</strong> brasileira nao mudaría<br />

com o arrefecimento das movimentaçôes estudantis, pois o problema era bem mais profundo<br />

e resultava de e<strong>no</strong>rmes modificaçoes ocorrendo na eco<strong>no</strong>mía nacional, que geravam urna<br />

demanda de mäo de obra com melhor nivel em todos os setores. Além disso, a expansáo do<br />

ensi<strong>no</strong> medio verificada em a<strong>no</strong>s anteriores havia aumentado consideravelmente a demanda<br />

por vagas <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior.<br />

Os sistemas de ensi<strong>no</strong> nao estavam em condiçoes de atender as metas de desenvolvimento<br />

que estavam sendo traçadas pelos tec<strong>no</strong>cratas e militares (principalmente para as áreas de<br />

serviços e de infra-estruturas de transportes, comunicaçâo e energia) e nem mesmo haviam<br />

passado por adaptaçoes à etapa de crescimento económico que havia ocorrido <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 50<br />

com a implantaçâo de <strong>no</strong>ssa industria de base.<br />

Apesar de o Gover<strong>no</strong> Militar encarar a educaçâo como prioridade, na realidade preocupavase,<br />

primeiro, logo após o golpe, em controlar as manifestaçôes de protesto e centralizar a<br />

administraçâo pública, modernizando-a e reforçando o Poder Executivo e o Conselho de<br />

Segurança Nacional. Sem maiores recursos financeiros e sem apoio de pessoal mais qualificado<br />

para adaptar <strong>no</strong>ssos sistemas educacionais ao modelo de desenvolvimento económico<br />

que estava sendo implantado, recorre à Agency for International Developement dos Estados<br />

Unidos e assina os chamados 'Acordos MEC-USAID" de cooperaçâo financeira e assistência<br />

técnica, o que géra mais protestos estudantis (<strong>no</strong> total desta fase, foram doze acordos, o<br />

primeiro assinado em 26 de junho de 1964 e o último, em 17 de Janeiro de 1968).<br />

Para enfrentar a difícil e deficitaria realidade <strong>educacional</strong>, que <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior havia<br />

assumido proporçôes de crise crónica, o Gover<strong>no</strong> procura, de ¡mediato, ampliaros recursos<br />

financeiros para a educaçâo, através da criaçâo do "salário-educacáo" (Lei n° 4.440, de 27 de<br />

outubrode 1964, äqual foi modificada pelo Decreto-lei n° 55.551, de 12 de Janeiro de 1965,<br />

para atender diretamente à falta de verbas para expansáo do ensi<strong>no</strong> primario). No dia 21 de<br />

<strong>no</strong>vembro de 1968, cria o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educaçâo - FNDE,<br />

complementado pelo Decreto-lei n° 872, de 15 de setembro de 1969. Busca também estabelecer<br />

criterios para a expansáo do ensi<strong>no</strong> superior (Decreto n° 63.341, de I o de outubro de<br />

1968) e, em seguida, aumentar o número de vagas ñas instituiçôes de ensi<strong>no</strong> superior, por<br />

meio dos Decretos-lei n°s. 405, de 31 de dezembro de 1968 e 574, de 8 de maio de 1969,<br />

diminuindo, assim, o número gigantesco de "excedentes" (estudantes aprovados <strong>no</strong>s exames<br />

vestibulares, que nao obtinham classificaçâo suficiente para ingressar <strong>no</strong> curso superior<br />

pretendido). Em 1971, com o Decreto n° 68.908, do dia 13 de julho, o Gover<strong>no</strong> define<br />

<strong>no</strong>vas <strong>no</strong>rmas para os exames vestibulares.<br />

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