13.04.2013 Views

Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A ânsia de liberdade, tanto <strong>no</strong> campo individual quanto <strong>no</strong> nacional, leva pessoas e países a<br />

se unirem em movimentos que agitam toda a década de 1960. Os grupos militares nao ficam<br />

nem silenciosos nem ausentes nesse contexto histórico e mobilizam-se de tal maneira que<br />

aumentam consideravelmente sua influencia e participaçâo junto aos poderes civis, seja<br />

pacificamente, seja pela usurpaçâo, produzindo um fenóme<strong>no</strong> de ampliaçâo do autoritarismo<br />

em varias partes do mundo l3 °.<br />

O Brasil, <strong>no</strong>s tres primeiros meses de 1964, passou por urna fase de intensas discussöes<br />

políticas e de radicalizaçâo de posiçôes ideológicas, com as esquerdas exigindo posiçôes<br />

mais firmes do gover<strong>no</strong> para a implantaçâo das chamadas reformas de base, e com a direita<br />

unida e mobilizada, tentando sensibilizar os militares para apoiarem um golpe de estado,<br />

enquanto estes, por iniciativa propria, já se preparavam para tomar o poder dos civis e impedir<br />

o avanço <strong>no</strong>torio das forças de esquerda.<br />

No dia 13 de marco de 1964, o Presidente Joáo Goulart lançou as bases de sua pretendida<br />

reforma da estrutura económica brasileira, ao mesmo tempo em que deixou clara sua posiçâo<br />

política, rompendo com importantes lideranças que ainda o apoiavam e contrariando<br />

interesses internacionais.<br />

A partir dessa data, urna ruptura do sistema de poder era esperada para qualquer momento.<br />

1ANGO já nao mais conseguía conciliar as diversas forças políticas que antes o apoiavam,<br />

algumas délas contraditórias entre si.<br />

O dia 19 de marco daquele a<strong>no</strong> também foi muito agitado, principalmente na cidade de Sao<br />

Paulo. O Governador Adhemar de BARROS suspendeu o expediente da tarde; a industria<br />

dispensou seus empregados; o comercio cerrou suas portas e as escolas dispensaram seus<br />

alu<strong>no</strong>s. Toda a populaçâo foi instada a comparecer na manifestaçâo gigantesca que se pretendía<br />

fazer em ple<strong>no</strong> centro da capital paulista: a "marcha da familia com Deus e pela liberdade",<br />

a qual se realizou com ple<strong>no</strong> éxito e com a participaçâo de mais de cem mil pessoas.<br />

Marchas semelhantes foram realizadas <strong>no</strong>s dias que se seguiram em quase todas as capitais<br />

dos estados brasileiros.<br />

Empolgados com o sucesso das "marchas", que representavam incontestável apoio popular,<br />

Tal fenóme<strong>no</strong> pode ser comprovado, <strong>no</strong> inicio da década de sessenta, pelo número de marechais, generáis, e coronéis<br />

que usurparam o poder das máos de lideranças civis, como <strong>no</strong>s seguintes exemplos: Boumediene na Argelia, Suharto<br />

e Nasution na Indonesia, Mobutu <strong>no</strong> Congo, Arif <strong>no</strong> Iraque, El-Atassi na Siria, Gursel na Turquía, Al Sallal <strong>no</strong> lêmem,<br />

Soglo <strong>no</strong> Daomé, Lamizama <strong>no</strong> Alto Volta, Isonsi na Nigeria, Ne Win na Birmânia, Kao Ki <strong>no</strong> Vietnan do Sul, Rene<br />

Barrientos na Bolivia, Ongania na Argentina, Castillo em El Salvador, Perez Godóy <strong>no</strong> Peru, Arella<strong>no</strong> ñas Honduras,<br />

Peralta na Guatemala, Strossner <strong>no</strong> Paraguai, Nasser <strong>no</strong> Egito, Un Piao ao lado de Mao-Tse-Tung na China, Fidel<br />

Castro em Cuba, sem falar na influencia das forças armadas <strong>no</strong> Gover<strong>no</strong> Norte-America<strong>no</strong>, ou <strong>no</strong>s militares que<br />

assumiram o poder por processos democráticos como De Gaulle na Franca. Conferir em: a) STERNBERG, Fritz - A<br />

Revotuçâo Militar e \ndustrial do Nosso Tempo. Rio, Zahar, 1962; b) MELO FILHO, Murilo - "O Partido Mundial dos Militares", in<br />

Mánchele de 22/10/1966, p.6 e 7; c) COOK, Fred ].- O Estado Militarista. Rio de laneiro: Civilizaçâo Brasileira, 1965.<br />

-131 -

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!