Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco
Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco Direito educacional e educação no século XXI ... - unesdoc - Unesco
4) implantaçâo definitiva do regime de séries (curso seriado com cinco ou seis séries anuais) e combate aos cursos preparatorios ou parcelados, o que dá maior força e estabilidade para as instituicöes da rede privada de ensino; 5) implantaçâo do ensino medio por todo o País; 6) confirmaçâo do regime de juntas examinadoras para as escolas particulares; 7) manutençâo da equiparaçâo para estabelecimentos estaduais, mediante fiscalizacäo, com o Colegio Pedro II, efetivado como modelo nacional. Em relaçâo ao ensino superior, o Decreto n° 17.016, de 24 de agosto de 1925, manteve o regime escolar previsto no Decreto n° 11.530, de 18 de marco de 1915. Somente em 1930, com o Governo "Provisorio", é que se dá a criaçâo do Ministerio da Educaçâo, fato que marcou a intencáo de se valorizar a educaçâo no País e de se implantar um verdadeiro sistema nacional de ensino. Mas é em 1931, com a chamada Reforma Francisco Campos, que sao implantadas as mudanças educacionais decorrentes da revoluçâo de 30, obedecendo aos Decretos n°s 19.890, de 18 de abril (sobre o ensino secundario); 19.851 e 19.852, ambos do dia 11 de abril (sobre o ensino superior); e 20.158, de 30 de junho, que altera todo o ensino comercial, desde o curso propedêutico até o superior, passando pelo técnico. Ainda no dia 11 de abril de 1931, por meio do Decreto n° 19.850, cria-se o órgáo consultivo máximo do Ministerio da Educaçâo, o Conselho Nacional de Educaçâo. Francisco CAMPOS, cognominado "Chico Ciencia" por seus conhecimentos científicos e vasta erudiçâo, como Ministro da Educaçâo, propugnou por urna reforma "cientificista" (mas nao täo radical e positivista quanto a de Benjamim CONSTANT ) e moralizadora do ensino e a propos com urna "Exposiçâo de Motivos" que foi urna descriçâo de altíssimo valor histórico para sintetizar aquela época de mudanças e o modernismo que se introduzia em todos os setores da vida nacional. Nesse documento, analisa ele, entre outros aspectos, o fenómeno da urbanizaçâo acelerada que estava ocorrendo no Brasil, especialmente na Regiâo Sudeste; a degenerescencia do ensino secundario; a revoluçâo industrial; a complexidade da vida; a rapidez das comunicaçôes; a diminuiçâo da influencia da familia; a democratizaçâo da vida política. Com base nesse lúcido retrato de nossa civilizaçâo em mudança, propos ele urna reforma do ensino que, apesar de sua indubitável importancia, nao teve o mesmo nivel de profundidade da exposiçâo de motivos, pois omitiu-se em relaçâo ao ensino técnico (os liceus de artes e oficios) e poucas alteraçôes determinou para o ensino superior, destacando-se apenas a criaçâo da Faculdade de Filosofía Ciencias e Letras e a adoçâo do sistema universitario como estrutura organizacional para administrar as faculdades reunidas (Direito, Medicina e Engenharia, ou, no lugar de qualquer urna délas, a Faculdade de Filosofía, Ciencias e Letras) sob a -115-
coordenaçâo de urna reitoria. Dentre as principáis mudanças para os demais niveis de ensi- no, incluidas na legislaçâo citada, ressaltam-se as seguintes: I ) confirmaçâo do sistema escolar seriado e término efetivo dos preparatorios e parcelados; 2) eliminaçâo das bancas examinadoras; 3) criaçâo de um "corpo de vigilancia escolar" composto por inspetores, inspetorias seccio náis, delegacias de ensino etc, que, na prática, só começou a existir bom tempo depois e só definitivamente extinto em 1961 ; 4) ampliaçâo do ensino medio de cinco para sete anos, sendo cinco fundamentáis e dois complementares. Essa reestruturaçâo do ensino secundario, visando transformá-lo em curso eminentemente educativo, deu à primeira etapa ou curso fundamental o objetivo de "formaçâo do hörnern, que através de hábitos, atitudes e comportamento se habilite a viver integra mente e a ser capaz de decisóes convenientes e seguras em qualquer situaçâo"' 2 '. Na segunda etapa, de dois anos apenas, o objetivo era a preparaçâo do aluno para as futuras especializa- cóes profissionais; 5) instalaçâo, no Ministerio da Educaçâo, de urna "Diretoria do Ensino Primario", a qual, algum tempo depois, englobou o ensino normal. Tal reforma, na época, foi considerada urna intromissáo indevida do Poder Executivo Federal em um campo que sempre tinha sido da competencia dos estados; 6) criaçâo de tres cursos especialmente voltados, cada um, para a preparaçâo de candida tos as tres áreas diferentes e fundamentáis dos cursos superiores. 7) obrigatoriedade do estudo das cadeiras de Sociología, Historia da Filosofía, Higiene, Eco nomía Política e Estatística. Urna preocupaçâo antiga mas nunca solucionada pelos governos anteriores, a formaçâo do magisterio, é encarada oficialmente por Francisco Campos, que propôe a criaçâo de Facul- dades de Filosofía, Educaçâo, Ciencias e Letras, que só viriam a ser implantadas bem mais tarde. O inicio da década de 1930, além de produzir essas e outras reformas na estrutura do ensino, foi urna época de ampias discussóes e aprofundamentos sobre os problemas educacionais brasileiros, a começar pela publicaçâo do extraordinario livro de LOURENÇO Filho "Mroduçâo ao Estudo da Escola Nova". O "Manifesto de 32", ou "Manifesto dos Pioneiros da Educaçâo Nova" m , MIRANDA, M. do Carmo T.de - Educaçâo no Brasil: esboço de estado histórico. Recife; Impressäo Universitaria, 1966, p.70. Cf. AZEVEDO, Fernando de - A educaçâo entre dois mundos, problemas, perspectivas e orienlaçôes. Sao Paulo: Melhoramentos, s.d. , p. 88-90 . - 116-
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<strong>no</strong>, incluidas na legislaçâo citada, ressaltam-se as seguintes:<br />
I ) confirmaçâo do sistema escolar seriado e térmi<strong>no</strong> efetivo dos preparatorios e parcelados;<br />
2) eliminaçâo das bancas examinadoras;<br />
3) criaçâo de um "corpo de vigilancia escolar" composto por inspetores, inspetorias seccio<br />
náis, delegacias de ensi<strong>no</strong> etc, que, na prática, só começou a existir bom tempo depois e<br />
só definitivamente extinto em 1961 ;<br />
4) ampliaçâo do ensi<strong>no</strong> medio de cinco para sete a<strong>no</strong>s, sendo cinco fundamentáis e dois<br />
complementares. Essa reestruturaçâo do ensi<strong>no</strong> secundario, visando transformá-lo em<br />
curso eminentemente educativo, deu à primeira etapa ou curso fundamental o objetivo<br />
de "formaçâo do hörnern, que através de hábitos, atitudes e comportamento se habilite a viver integra<br />
mente e a ser capaz de decisóes convenientes e seguras em qualquer situaçâo"' 2 '. Na segunda etapa,<br />
de dois a<strong>no</strong>s apenas, o objetivo era a preparaçâo do alu<strong>no</strong> para as futuras especializa-<br />
cóes profissionais;<br />
5) instalaçâo, <strong>no</strong> Ministerio da Educaçâo, de urna "Diretoria do Ensi<strong>no</strong> Primario", a qual,<br />
algum tempo depois, englobou o ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>rmal. Tal reforma, na época, foi considerada<br />
urna intromissáo indevida do Poder Executivo Federal em um campo que sempre tinha<br />
sido da competencia dos estados;<br />
6) criaçâo de tres cursos especialmente voltados, cada um, para a preparaçâo de candida<br />
tos as tres áreas diferentes e fundamentáis dos cursos superiores.<br />
7) obrigatoriedade do estudo das cadeiras de Sociología, Historia da Filosofía, Higiene, Eco<br />
<strong>no</strong>mía Política e Estatística.<br />
Urna preocupaçâo antiga mas nunca solucionada pelos gover<strong>no</strong>s anteriores, a formaçâo do<br />
magisterio, é encarada oficialmente por Francisco Campos, que propôe a criaçâo de Facul-<br />
dades de Filosofía, Educaçâo, Ciencias e Letras, que só viriam a ser implantadas bem mais<br />
tarde.<br />
O inicio da década de 1930, além de produzir essas e outras reformas na estrutura do ensi<strong>no</strong>,<br />
foi urna época de ampias discussóes e aprofundamentos sobre os problemas educacionais<br />
brasileiros, a começar pela publicaçâo do extraordinario livro de LOURENÇO Filho "Mroduçâo<br />
ao Estudo da Escola Nova". O "Manifesto de 32", ou "Manifesto dos Pioneiros da Educaçâo Nova" m ,<br />
MIRANDA, M. do Carmo T.de - Educaçâo <strong>no</strong> Brasil: esboço de estado histórico. Recife; Impressäo Universitaria, 1966, p.70.<br />
Cf. AZEVEDO, Fernando de - A educaçâo entre dois mundos, problemas, perspectivas e orienlaçôes. Sao Paulo: Melhoramentos,<br />
s.d. , p. 88-90 .<br />
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