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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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Assim, as famílias pobres, consideradas “desestruturadas”, são mais facilmente<br />

visitadas por assistentes sociais para verificar suspeitas de violência ou educação<br />

inadequada do que as consideradas “normais”, que conseguem defender melhor<br />

sua privacidade, esconder com mais sucesso as suas violências e buscar alternativas<br />

de soluções sem publicização (Idem, 2004, p. 50).<br />

Nesse sentido, na atualidade, quanto mais se amplia a garantia de proteção<br />

para crianças, adolescentes e suas famílias, mais se coloca em risco seu direito à<br />

privacidade.<br />

Precisamos ter plena consciência disso para não errar grosseiramente. Uma<br />

postura profissional preconceituosa e invasiva em nada contribui para o conhecimento<br />

sobre a realidade social das pessoas que vivenciam o acolhimento institucional.<br />

Por outro lado, uma postura receosa, por temer ser invasiva, pode não<br />

aprofundar o estudo social, correndo o risco de deixar de contribuir para a garantia<br />

de outros direitos que poderiam ter se revelado necessários ou mesmo de contribuir<br />

para o rompimento de situações de violência, negligência e maus-tratos.<br />

COMO ESCREVER <strong>UM</strong> BOM ESTUDO DE <strong>CASO</strong><br />

Para escrever é preciso desenvolver a técnica que pressupõe estrutura, lógica e estilo.<br />

Reler o texto no dia seguinte permite uma avaliação mais crítica de seu conteúdo<br />

e o aprimoramento dessa técnica. Como autor, você deve se comportar como<br />

leitor, verificando se o texto está resumido / conciso em seu conteúdo e objetivo;<br />

claro e compreensível; preciso, o que significa excluir informações irrelevantes;<br />

simples, em vez de complexo ou enrolado; composto por uma estrutura lógica e<br />

numa linguagem técnica compreensível (FORSYTH, 1997, p. 12).<br />

As perguntas sugeridas por Magalhães (2003) ajudam, na medida em que<br />

sugerem um roteiro para se avaliar o texto produzido. Eis algumas: 1. O texto que<br />

escrevi está claro, coerente, completo? 2. As informações e os relatos são precisos<br />

e necessários ou, ao contrário, dizem respeito à minha tendência à prolixidade? 3.<br />

Tudo o que escrevi é essencial à compreensão do texto ou alguns dados interessariam<br />

apenas a mim, como subsídios para a avaliação? 4. A linguagem que utilizei<br />

está adequada? 5. A forma de expressão condiz com a linguagem escrita? 6. Os<br />

pronomes e as expressões de tratamento foram usados adequadamente? 7. Ao me<br />

referir à análise que fiz, utilizei a mesma pessoa em todo o texto, isto é, usei sempre<br />

o impessoal [percebeu-se...] ou a primeira pessoa do plural [percebemos...]?<br />

Um bom texto apresenta como características a legibilidade – o texto flui, um<br />

assunto leva a outro, segue uma estrutura lógica na transmissão da mensagem –; a<br />

objetividade – faz uso de palavras curtas, mas alterna as frases curtas com as longas,<br />

evitando que o ato de ler se torne muito automático –; a naturalidade – embora<br />

os relatórios precisem de certo grau de formalidade, especialmente em se tratando<br />

daqueles que se destinam ao processo judicial da criança e do adolescente abrigado,<br />

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