13.04.2013 Views

CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e levá-la para o abrigo”. Essa é uma falha grave neste circuito todo que inclui o<br />

profissional da Vara da Infância, o conselho tutelar. Informações importantes<br />

são omitidas, pois já existia uma situação anterior da qual a criança não é informada.<br />

Além disso, temos uma situação complicada em relação à história da<br />

criança. O Fórum tem uma versão, a família tem outra e o abrigo fica sem saber<br />

direito qual é essa história.<br />

Então, nossa colocação inicial é sobre a importância de dialogar com a<br />

criança e o adolescente, escutá-los. Precisamos conversar com ela para que participe<br />

ativamente do processo no qual está inserida. Para que isso ocorra da<br />

melhor forma possível, é essencial um trabalho de formação e parceria de toda a<br />

rede envolvida. Só assim acreditamos em uma construção de estudo de caso para<br />

encaminhá-la adequadamenteDesta forma, crianças e adolescentes costumam<br />

ser encaminhados ao acolhimento institucional sem sequer conhecerem e compreenderem<br />

as razões dessa decisão e o porquê do afastamento de seu mundo<br />

relacional.<br />

Uma vez acolhidas, vivem mudanças inesperadas e desafios de adaptação a<br />

uma instituição que, muitas vezes, recebe-as também sem ter as informações básicas<br />

sobre sua história. Inúmeras questões podem lhes ocorrer nesta situação e<br />

a falta de um diálogo cuidadoso pode tornar ainda mais difícil esse momento de<br />

crise. Deste modo, a chegada ao abrigo pode ser vivida como um mergulho no<br />

escuro ou como a entrada em um mundo mágico, capaz de suprimir a dor e a<br />

revolta. Tudo dependerá de como tal entrada ou ruptura se dará.<br />

Quem se vê abrigado, em um lugar desconhecido, faz muitas perguntas:<br />

• O que vou encontrar depois da porta?<br />

• Como reconheço o que é meu neste espaço de todos?<br />

• Terei uma família nova?<br />

• Vou permanecer aqui até quando?<br />

• E minha família, meus amigos, quando vão aparecer? Por que não me visitam?<br />

Por outro lado, os trabalhadores do serviço de acolhimento, envoltos em tantas<br />

mudanças de paradigmas e de propostas para alteração de suas rotinas, podem se<br />

perguntar:<br />

• Como acolho e educo alguém que desconheço e com quem posso ficar por<br />

pouco tempo?<br />

• Como compreendo essa pessoa e considero o que ela precisa?<br />

• Como garantir a individualização numa dinâmica grupal?<br />

• Como escutar e dar voz se não estou certo de saber lidar com o que vou escutar?<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!