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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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24 Oficina – atividade coletiva,<br />

realizada no Neca, como<br />

estratégia para formular o<br />

Caderno, tendo como base a<br />

experiência de profissionais<br />

que lidam diretamente com<br />

questões relacionadas ao<br />

acolhimento institucional de<br />

crianças e adolescentes em<br />

São Paulo e que acumularam<br />

conhecimento crítico e propositivo<br />

à respeito da medida<br />

abrigo.<br />

grantes”. São pais e mães que se ausentam em busca de novas oportunidades ou<br />

em função da ocupação exercida, como o trabalho doméstico, além da institucionalização<br />

de filhos e de idosos, entre outras situações. Este cenário, consequência<br />

da profunda desigualdade social, colabora ainda para que a violência perpasse as<br />

relações de gênero, de etnia e de geração (PNCFC, 2006, p. 51).<br />

PENSE NISSO<br />

Situações estressantes podem contribuir para ações e omissões de negligência ou<br />

de maus-tratos contra as crianças e adolescentes, sustentadas por uma sociedade<br />

que banalizou a violência, atrelada a uma cultura que mantém a agressão física<br />

como forma de disciplina e socialização (PNCFC, 2006, p. 52).<br />

Este quadro, entre as famílias mais fragilizadas, favorece a violação de direitos de<br />

crianças e adolescentes. Contudo, salientamos que essa violação é um fenômeno<br />

complexo que deve ser abordado de maneira mais aprofundada, pois ocorre em<br />

todas as classes e grupos sociais, atinge meninos e meninas, em todas as sociedades,<br />

pobres ou ricas.<br />

Todos os esforços para a defesa e garantia dos direitos e a universalização do<br />

acesso a políticas públicas e programas sociais devem articular a proteção social<br />

das crianças e dos adolescentes às políticas de apoio às suas famílias.<br />

O TRABALHO COM AS FAMÍLIAS<br />

Na oficina realizada pelo Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente (Neca),<br />

o “trabalho com famílias” foi apontado pelos participantes da oficina 24 como uma<br />

das maiores dificuldades do cotidiano das entidades de acolhimento. Elas têm<br />

conhecimento dos caminhos, mas necessitam constantemente de estímulos para<br />

buscar e usar os serviços disponíveis. O ciclo de abandono inclui a família tanto<br />

quanto seus filhos e, muitas vezes, o abrigo é visto por elas como um recurso comunitário.<br />

Sentem o abrigo como uma ajuda que possibilita aos seus filhos mais<br />

segurança e conforto do que eles teriam na própria casa. Essa constatação gera<br />

sentimentos confusos por colocá-las em uma posição de menos valia. Como lidar<br />

com este sentimento de impotência? Como, efetivamente, incluir as famílias no<br />

processo de acolhimento, visando à reintegração de seus filhos?<br />

Trata-se de um trabalho que requer participação, comprometimento<br />

multidisciplinar, união e disposição de todos os envolvidos no acolhimento das<br />

crianças e suas famílias. Requer ainda muita atenção e humildade, para termos<br />

capacidade de perceber que não percebemos direito. Perseverança, paciência, serenidade,<br />

amor e compaixão também são fundamentais. Há muitos retrocessos no<br />

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