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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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Capítulo 11<br />

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO FAMILIAR:<br />

PROGRAMA DE FAMÍLIAS ACOLHEDORAS<br />

Por Janete aPareCiDa GiorGetti valente*<br />

A voz da criança e do adolescente precisa ser a expressão do cuidado e da proteção<br />

de adultos que a considerem um ser em condição peculiar de desenvolvimento,<br />

merecedor de toda a proteção da família, do Estado e da sociedade.<br />

A reflexão aqui apresentada expressa parte das experiências vivenciadas durante<br />

dez anos em um Programa de Famílias Acolhedoras, denominado Serviço de<br />

Proteção Especial à Criança e ao Adolescente – Sapeca −, que atende crianças e<br />

adolescentes vítimas de violência doméstica que, por medida de proteção, foram<br />

afastados temporariamente de suas famílias. Todo o trabalho realizado tem por<br />

objetivo o retorno da criança ou do adolescente à família de origem, desde que<br />

sanados os problemas que originaram a sua saída. Quando isso não é possível,<br />

a criança ou o adolescente é encaminhado à adoção, visando garantir o direito à<br />

convivência familiar e comunitária.<br />

Uma das importantes características desse trabalho tem sido o compromisso<br />

constante em atender cada criança, cada adolescente e cada família, entendendo<br />

ser um caso único, com particularidades específicas. Considerar cada caso como<br />

único não significa descontextualizá-lo como parte de uma situação social coletiva:<br />

cada indivíduo expressa um coletivo que vivencia uma realidade conjuntural<br />

determinada, e é o modo como ele se relaciona com essas situações que<br />

configura a sua particularidade.<br />

Não significa, também, tratar cada caso como único, no sentido de entender<br />

que sua problemática se esgota em si mesma. Pelo contrário, significa entender<br />

que cada caso está implicado em um contexto mais amplo, que envolve, inclusive,<br />

a sucessão de fatos das gerações anteriores daquela família, muitas vezes retratando<br />

necessidades ignoradas. As ausências vivenciadas por meio de diferentes gerações<br />

* Assistente social; doutoranda em Serviço Social na PUC-SP; membro do Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar<br />

e Comunitária; coordenadora da Proteção Social Especial de Alta Complexidade da Prefeitura Municipal de Campinas-SP.<br />

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