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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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INTERLOCUÇÃO FACILITADA<br />

Como profissionais, precisamos refletir sobre qual tipo de intervenção podemos<br />

oferecer às famílias, por ser um trabalho de alta complexidade, não só pelas diversidades<br />

do grupo familiar, mas, principalmente, por precisarmos identificar que<br />

tipo de família estamos abordando, que referenciais teóricos-metodológicos são<br />

adequados para a intervenção e como instituir práticas que possam dimensionar<br />

a garantia de direitos da criança e do adolescente.<br />

<strong>É</strong> nosso papel como profissionais nos colocarmos na posição de facilitadores<br />

da interlocução da criança e do adolescente com o mundo (abrigo, judiciário e<br />

família), e não em posição de abstenção de opinião nem de detentores de um saber<br />

que defina trajetórias de vida de acordo com valores por nós internalizados.<br />

Quando pensamos em parceria com o Poder Judiciário não podemos esquecer<br />

a importante função técnica dos relatórios psicossociais. Defendemos a ideia de que<br />

o relatório seja um instrumento técnico compartilhado com a criança e o adolescente,<br />

sem que isso implique de forma alguma em quebra de segredo de justiça e<br />

de sigilo profissional. <strong>É</strong> possível elaborarmos relatórios propositivos com conhecimento<br />

da criança e continuarmos sendo éticos, respeitando os segredos de justiça.<br />

Nos casos apresentados os relatórios eram emitidos conforme a criança sinalizava<br />

mudanças quanto à prontidão emocional para a reinserção familiar. Portanto,<br />

podemos dizer que a frequência de emissão de relatórios era ditada pela dinâmica<br />

emocional da criança e, com isso, possibilitávamos que ela se sentisse participante<br />

na reconstrução da sua história de vida. Além disso, também eram realizados relatórios<br />

em razão de solicitação oficial da Vara da Infância e da Juventude.<br />

A criança, mesmo com pouca idade, se sente respeitada e valorizada quando<br />

o adulto compartilha com ela decisões importantes de sua vida, mesmo que sejam<br />

decisões difíceis e incertas.<br />

Conforme solicitação, houve participação da psicóloga em audiência com o<br />

intuito de propiciar apoio à criança para que ela se sentisse segura diante da situação<br />

nova e formal, na presença do magistrado. A proposta não era interferir em<br />

nenhuma decisão, mas apenas oferecer um suporte emocional para que a criança<br />

se sentisse mais segurança. Esta ação não deve ser compreendida como dependência<br />

da criança à psicóloga, mas sim como uma possibilidade de compartilhar com<br />

ela um momento em que são tomadas decisões importantes que vão mudar sua<br />

história de vida. A criança se sente mais confortável para expressar suas ideias<br />

quando tem por perto alguém com quem estabeleceu confiança.<br />

Em alguns casos, foram realizadas visitas domiciliares conjuntas, da assistente<br />

social e da terapeuta, o que ocorria mediante sugestão das profissionais que<br />

acompanhavam o caso. Tais visitas tinham como objetivo estabelecer um diálogo<br />

a partir das áreas distintas do conhecimento, de forma a compreender a criança e<br />

a família em sua totalidade. Nesse sentido, a interface estabelecida com o serviço<br />

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