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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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comer e comia pouco. As tias tinham que ter paciência comigo e insistir para<br />

que eu conseguisse comer. O tempo foi passando... Mas eu não podia ficar ali<br />

para sempre, porque o abrigo era só uma passagem na minha vida, e eu queria<br />

uma família. Uma vez apareceu um casal que queria adotar uma criança, mas<br />

eu acho que eles não tinham muita certeza disso, pois me levaram para passear<br />

algumas vezes e depois desistiram de me adotar.<br />

Mas antes mesmo de eu nascer, em algum lugar da cidade, estava acontecendo<br />

uma outra história... [...] Aos 16 anos de idade, uma moça chamada Sandra<br />

conheceu Marcos, que era amigo de seu irmão. De vez em quando, eles saíam<br />

para andar de bicicleta [...] até que resolveram se casar. [...] só faltava alguma<br />

coisa, uma criança. [...] Mas precisavam descobrir como encontrar essa criança<br />

especial, que seria esse filho. [...] foram até o Fórum e conversaram com a assistente<br />

social, Marta, que explicou tudo o que deveriam fazer. [...] Não entendiam<br />

direito o motivo de tanta demora [...].<br />

No meio dessa história, aconteceu uma outra coisa importante, apareceu uma<br />

pessoa que ajuda outras pessoas a entenderem seus sentimentos e suas emoções e<br />

a resolverem seus problemas. Ela era psicóloga e pensou a melhor forma de ajudar<br />

a todos: primeiro me conheceu, brincou e conversou comigo, e percebeu que<br />

eu tinha muito medo de me aproximar das pessoas, gostar delas e ainda correr o<br />

riso de ser abandonado, pois muitas pessoas já tinham passado na minha vida e<br />

depois foram embora. E eu, como era muito esperto, para não sofrer, resolvi não<br />

me apegar a mais ninguém.<br />

[...] Depois de três meses de atendimento, com duas sessões por semana, meu<br />

medo estava diminuindo e eu aceitei conhecer o Marcos e a Sandra. Mas a<br />

psicóloga tinha que estar junto. [...] Quando a psicóloga abriu a porta eu corri<br />

e me escondi debaixo da mesa, era uma forma de me proteger. [...]<br />

E assim foi durante algumas sessões [...] Só no quarto encontro, quando já me<br />

sentia mais seguro, é que resolvi sair debaixo da mesa, mas só ficava ao lado da<br />

psicóloga. [...] Depois de nove atendimentos juntos, marcamos nosso primeiro<br />

passeio. De novo, fiquei muito assustado [...]. Eu estava morrendo de medo... E<br />

se eles me fizessem algum mal, e se eu não voltasse mais para o Lar? Eu pensava<br />

em várias coisas que não entendia direito, mas a única coisa que sei é que<br />

não queria sentir de novo a sensação de abandono. [...] A psicóloga teve que ir<br />

comigo, pois era a garantia que eu tinha de voltar para aquele lugar que, até<br />

então, era a minha casa e era a realidade que eu conhecia. Nos três primeiros<br />

passeios, eu precisei que a psicóloga estivesse junto. Na verdade eu nem solicitava<br />

muito a psicóloga, mas a presença dela me deixava mais tranquilo e mais<br />

seguro diante da nova situação. [...] Quando percebi que podia confiar no<br />

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