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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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NARRANDO MINHA HISTÓRIA<br />

Na sequência, demonstramos parte do material construído com a criança que aqui<br />

chamamos caso “D” durante os atendimentos e duas produções gráficas da criança<br />

que revelam mudanças significativas com relação à sua concepção de família. A<br />

este material chamamos “Meu caderno”. Ele faz parte do programa de recolocação<br />

familiar Resgatando o direito da criança e do adolescente à convivência familiar e<br />

comunitária a partir da intervenção clínica, que trabalha aspectos do desenvolvimento<br />

afetivo e social, possibilitando o melhor conhecimento de si e do outro por<br />

meio da expressão dos sentimentos acerca da privação de uma vida familiar e comunitária<br />

adequadas. As atividades contemplam produções espontâneas e dirigidas<br />

no sentido de proporcionar à criança o resgate de laços familiares e de relações<br />

de convivência, a partir da reconstrução de sua história pessoal.<br />

Cada parte é composta por produções distintas, contendo desenhos, fotos e<br />

redação da história de vida. A parte I é composta por uma foto da criança, tirada<br />

no início dos atendimentos, e por produções gráficas referentes a atividades da<br />

vida diária que a criança gostava. A parte II é composta por desenhos que mostram<br />

as mudanças no desenvolvimento físico da criança, numa sequência cronológica.<br />

Já a parte III inclui fotos que registram a passagem da criança pelo abrigo.<br />

A parte IV inclui produções gráficas, espontâneas e dirigidas, da criança durante<br />

os atendimentos psicológicos. A parte V compreende uma composição de fotos<br />

selecionadas pela criança e pela família que demonstram sua inserção no contexto<br />

familiar. A última parte, VI, é composta pela redação da história de vida da criança,<br />

desde o seu nascimento até o presente. Abaixo de cada foto são colocados dizeres<br />

que traduzem o contexto de cada situação e também os sentimentos presentes<br />

naquele momento, e a denominamos de “Narrando a minha história”.<br />

Vamos nos deter, para este artigo, no conteúdo do caso “A” apresentando partes<br />

da transcrição da história construída, de forma interpretada e vivenciada pela<br />

criança no presente.<br />

132<br />

Meu nome é Rafael [...]. Cheguei ao Abrigo Nossa Casa com 5 meses de vida.<br />

Esse foi o primeiro abrigo em que fiquei. [...] Estava tudo bem comigo, só que<br />

eu precisei mudar para outro abrigo, pois este abrigo era de curta permanência,<br />

e só pude ficar lá durante nove meses [...].<br />

Foi assim que com 1 ano e 3 meses eu fui para o Lar Criança. Permaneci lá<br />

até 2 anos e 9 meses, quando o Lar foi desativado. Eu tinha 2 anos e 9 meses,<br />

cheguei à Casa de Maria, meu último abrigo. [...] Confesso que no início foi<br />

difícil, pois eu tinha medo de tomar banho, de molhar o rosto e a cabeça. Além<br />

disso, chorava dormindo e me debatia na cama. Também não gostava muito de

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