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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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estaria sinalizando sua capacidade de se vincular também a outras pessoas.<br />

Nesse sentido, podemos dizer que a terapeuta foi um elemento facilitador<br />

neste processo de estabelecimento de novos vínculos afetivos da criança. O trabalho<br />

terapêutico serviu como suporte para a passagem de um momento de dificuldades<br />

no estabelecimento de novos vínculos afetivos, para um momento de superação<br />

desta dificuldade com sua inserção no contexto familiar e comunitário.<br />

Podemos relacionar o caso “A” com os pensamentos de Bowlby (1976), que<br />

traz a perspectiva segundo a qual o afastamento do convívio familiar da criança<br />

abrigada por um longo período poderá fragilizar a sua capacidade de se vincular,<br />

de forma que a trajetória de vida da criança vai ficando cada vez mais difícil.<br />

Nesses casos, a reação da criança ao sair do abrigo dependerá da forma de tratamento<br />

que ela vier a receber. Se tiver oportunidade de encontrar pessoas afetivas,<br />

compreensivas, que ofereçam um ambiente acolhedor, esses efeitos negativos podem<br />

ser minimizados.<br />

No caso da criança “A”, o longo período de abrigamento instaurou uma dificuldade<br />

de estabelecimento de vínculos da criança, e, a partir do ambiente acolhedor<br />

que lhe foi oferecido, tanto no setting terapêutico quanto no meio familiar,<br />

pudemos resgatar sua capacidade de vinculação.<br />

FAMÍLIA EXTENSA: OS <strong>CASO</strong>S “B”, “C” E “D”<br />

Os casos “B” e “C”, de pedido de guarda pela família extensa, mostram exemplos<br />

de reinserção familiar nos quais os requerentes residiam em estados diferentes<br />

daquele no qual a criança estava abrigada. Isso demandou interlocução, via relatórios<br />

e telefone, com a assistente social e a psicóloga da VIJ do estado de domicílio<br />

da família e com o familiar que estava requerendo a guarda. Os contatos telefônicos,<br />

com exceção do primeiro, eram agendados previamente pela assistente social<br />

da VIJ e pela terapeuta, que optaram por receber o telefonema conjuntamente<br />

ou, quando não fosse possível a presença das duas, assumiram o compromisso da<br />

troca de informações sobre o conteúdo da conversa.<br />

Também por telefone, foram solicitadas aos familiares fotos que pudessem<br />

traduzir para a criança quais eram as pessoas, o ambiente físico e as pessoas com<br />

quem ela iria conviver a partir de sua saída do abrigo. As fotos eram enviadas<br />

com uma espécie de legenda para que a terapeuta pudesse, junto com a criança,<br />

identificar as pessoas. <strong>É</strong> importante ressaltar que as fotos eram mostradas gradativamente<br />

para a criança no decorrer dos atendimentos, para evitar um excesso de<br />

informações em uma única vez.<br />

Em todos os casos atendidos, as fotos eram apresentadas para a criança em<br />

papel original e, depois, ”escaneadas”, o que dava a possibilidade de a criança visualizar<br />

e brincar no computador com as imagens. A cada sessão, a criança queria<br />

ver novamente as fotos e era comum esboçar um sorriso quando a tela do compu-<br />

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