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CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História

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• físico/motor – inclui o tamanho, peso, equilíbrio, capacidade de utilizar o<br />

corpo tanto em atividades de maior expansão física quanto as que podem<br />

ser realizadas apenas com os braços/mãos etc.;<br />

• intelectual/cognitivo – abrange as aprendizagens relacionadas ao conhecimento,<br />

capacidade de estabelecer relações entre coisas diferentes, levantar<br />

hipóteses, compreender e interpretar o mundo que a cerca etc.;<br />

• afetivo/social – este aspecto é polêmico, muitos autores não utilizam o conceito<br />

de desenvolvimento para falar dos afetos, mas, em geral, esses termos<br />

são utilizados como referência às capacidades de se conhecer e se situar no<br />

mundo, se relacionar com os outros estabelecendo vínculos, exercer a sociabilidade,<br />

compreender e seguir regras e leis que têm a ver com o convívio<br />

em grupo ou sociedade etc.<br />

<strong>É</strong> importante lembrar que essas divisões têm apenas a função de nos chamar a<br />

atenção para o conjunto de características que uma criança ou um adolescente<br />

pode demonstrar, mas, na prática cotidiana, não há divisão alguma, cada criança<br />

exibirá suas características de forma única, diferente de qualquer tabela ou proposição<br />

didática. Muitas vezes, ocorre que no desenvolvimento de uma criança haja<br />

descompasso entre os vários aspectos (por exemplo: crianças que nascem com<br />

baixo peso ou que foram muito desnutridas no primeiro ano de vida costumam<br />

ter o desenvolvimento físico e motor mais lento em relação às crianças com melhor<br />

nutrição, mas podem apresentar maior precocidade no desenvolvimento da<br />

linguagem em relação a essas mesmas crianças).<br />

Fatos e acontecimentos vividos de forma traumática (separação brusca dos<br />

adultos responsáveis, por exemplo) podem interferir bastante no curso do desenvolvimento<br />

de um bebê ou de uma criança, e os efeitos disso poderão ser observados<br />

tanto no momento em si quanto em momentos posteriores à entrada no<br />

abrigo. Crianças pequenas costumam expressar por meio da fragilidade física e de<br />

repetidos adoecimentos seu sofrimento em função da separação de familiares, cuidadores<br />

ou pessoas queridas. Aquisições importantes como desenvoltura no nível<br />

da linguagem, por exemplo, podem estancar ou mesmo retroceder – por vezes<br />

circunstancialmente – em função de uma separação familiar. Esses fatos chamam<br />

a atenção para o momento de recepção e chegada da criança ou do adolescente<br />

no abrigo.<br />

O momento do acolhimento inicial que o abrigo realiza é importantíssimo<br />

para a criança e o adolescente, pois pode determinar maior ou menor grau de<br />

sofrimento – e consequentes efeitos no desenvolvimento dessa mesma criança ou<br />

desse mesmo adolescente. <strong>É</strong> preciso um tempo inicial, que varia para cada criança,<br />

para que se conheçam de fato as capacidades já desenvolvidas em cada uma delas.<br />

E, como já foi dito anteriormente, não esquecer, respeitar e levar em conta as<br />

marcas que as crianças ou os adolescentes trazem de suas experiências já vividas.<br />

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