CADA CASO É UM CASO - Instituto Fazendo História
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ecebeu? Encontra-se com algum problema de saúde? <strong>É</strong> portadora de alguma necessidade<br />
especial? Que sonhos possui? Quais são os limites e possibilidades no<br />
que tange à sua reinserção familiar e social? Como está sua família? Que vínculos<br />
a família tem com sua rede parental? Que apoios serão necessários para o sucesso<br />
da reintegração familiar?<br />
A resposta a essas perguntas é o cerne do Plano Individual de Atendimento,<br />
que nada mais é do que a tentativa de atender integralmente a cada criança ou<br />
adolescente, considerando as peculiaridades de sua história de vida (motivo do<br />
abrigamento, referências social e familiar, valores, desejos etc.) e, sobretudo, suas<br />
potencialidades (SILVA, A. S.; SILVA, M. N. 2007).<br />
O conhecimento aprofundado da criança e do adolescente facilita a elaboração<br />
conjunta de um Plano Personalizado que pode, entre outras coisas, considerar<br />
e decidir quais atividades a criança ou o adolescente poderá realizar cotidianamente,<br />
levando em conta suas habilidades, aptidões, interesses, momento de desenvolvimento<br />
pessoal, necessidades e, também, seus desejos. Do mesmo modo, o<br />
conhecimento da situação familiar permite que a rede parental e relacional possa<br />
ser acionada a participar do PIA e de sua implementação.<br />
Para tanto, todos os componentes da equipe de referência daquela criança<br />
ou adolescente no abrigo – cuidadores, educadores, profissionais da equipe interdisciplinar,<br />
dirigente, colaboradores eventuais – participam da elaboração e<br />
implementação do PIA, incluindo a própria criança, o adolescente e as pessoas<br />
significativas como parceiros na construção de um plano de vida.<br />
<strong>É</strong> do processo subjetivo de elaboração do projeto de vida e das considerações<br />
realizadas pela equipe no estudo de caso que surgem as questões que devem integrar<br />
o PIA e o seu desdobramento em metas e passos.<br />
O plano individual dos cuidados e de socioeducação para cada criança ou<br />
adolescente inclui o planejamento das estratégias de ação de todo o abrigo para<br />
que o caso específico possa atingir as metas estabelecidas, considerando que a etapa<br />
de acolhimento pode ser um momento de integração e superação das situações<br />
de ameaça e violação de direitos.<br />
Para tanto, o abrigo precisa adaptar as rotinas coletivas aos planos individuais<br />
utilizando os recursos internos e as relações intersetoriais para o cumprimento<br />
dos compromissos e das metas estabelecidas com a criança, o adolescente, os familiares<br />
e o próprio grupo de pares no abrigo. Conforme nos diz Isa Guará:<br />
A individualidade das crianças ou dos adolescentes precisará ser traduzida<br />
num programa personalizado de atendimento que inclua atividades que respondam<br />
às suas demandas. Num projeto particular de atendimento, devem ser<br />
programadas as ações necessárias ao atendimento específico de cada um, além<br />
das atividades em grupo e do registro do progresso em cada atividade, como<br />
um portfólio que contém suas produções e seu projeto de vida, seus contatos<br />
mais significativos e seus sucessos (GUARÁ, 1993).<br />
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