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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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lhe diz: Você não po<strong>de</strong> ultrapassar o limite e me tocar. Sente calafrio, obe<strong>de</strong>ce e não se<br />

apro<strong>xi</strong>ma. Desse segun<strong>do</strong> nível, vê o terceiro nível cerca<strong>do</strong> em fogo, faz o sinal <strong>da</strong> cruz e<br />

o me<strong>do</strong> se esvai. Nas associações, o pai autoritário e o temor, a lembrança <strong>do</strong>s castigos<br />

impostos. Em um <strong>de</strong>les, Paul recusava <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> alimento. To<strong>do</strong>s estão à mesa, o pai<br />

se levanta, coloca o rosto <strong>da</strong> criança <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> prato e, em segui<strong>da</strong>, o <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> pé como<br />

castigo, o rosto sujo, olhan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s à mesa, paralisa<strong>do</strong>. Pergunta<strong>do</strong> sobre a reação <strong>da</strong><br />

mãe nessas ocasiões, respon<strong>de</strong> que ela nunca interferia nas atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> pai. Os ditos <strong>da</strong><br />

mãe estão sempre consigo, afirma.<br />

O obsessivo se mortifica, coloca-­‐se no lugar <strong>da</strong> falta <strong>do</strong> Outro, é uma forma <strong>de</strong><br />

salvar o Outro. Não só como a castração <strong>da</strong> mãe, mas a inconsistência <strong>do</strong>s ditos <strong>da</strong> mãe.<br />

Não po<strong>de</strong> pedir na<strong>da</strong>, para não mostrar a sua falta, diferentemente <strong>da</strong> histérica que<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong> sempre. Se o obsessivo mostra a falta, vai ficar evi<strong>de</strong>nte que ele não é o falo, o<br />

falo como símbolo <strong>da</strong> falta <strong>do</strong> Outro. Aceitar ser o falo é condição para não ce<strong>de</strong>r ao<br />

<strong>de</strong>sejo.<br />

Paul casou-­‐se jovem, ain<strong>da</strong> universitário, porque sua namora<strong>da</strong>, Cal, se<br />

engravi<strong>da</strong>ra. Ain<strong>da</strong> hoje “admira sua mulher, acha-­‐a lin<strong>da</strong>, sente atração e gosta <strong>de</strong> sexo<br />

com ela”. Tu<strong>do</strong> caminhou bem por alguns anos. Depois Paul começou a sentir “certas<br />

estranhezas”, como o corpo separa<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua cabeça, os pensamentos invadirem o corpo,<br />

as idéias obsessivas, hesitações, dúvi<strong>da</strong>s, ruminações. A partir <strong>da</strong>í, começou interessar-­‐<br />

se por outras mulheres, até que <strong>encontro</strong>u a jovem Nina, cuja relação dura há cinco anos.<br />

A esposa, ao saber, resolveu engravi<strong>da</strong>r e o sujeito prossegue com suas hesitações,<br />

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