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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Constelação Familiar<br />

Lacan <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a constelação <strong>do</strong> sujeito é forma<strong>da</strong> na tradição familiar pela<br />

narração <strong>de</strong> certo número <strong>de</strong> traços que especificam a união <strong>do</strong>s pais. A constelação<br />

originária que presidiu ao nascimento <strong>do</strong> sujeito, ao seu <strong>de</strong>stino, quase à sua pré-­‐<br />

história, as relações familiares fun<strong>da</strong>mentais que estruturam a união <strong>do</strong>s seus pais<br />

mostram ter relação precisa e <strong>de</strong>finível com o que aparece como sen<strong>do</strong> o mais<br />

fantasmático <strong>do</strong> cenário imaginário ao qual chega como solução <strong>da</strong> angústia.<br />

O sujeito (Paul) vem <strong>de</strong> família tradicional. O pai, filho <strong>de</strong> imigrantes que<br />

fizeram fortuna, é professor universitário e empresário. A mãe, fina e educa<strong>da</strong>, pertence<br />

a uma família tradicional, rica e <strong>de</strong> prestigio. Quan<strong>do</strong> jovem, o pai <strong>do</strong> sujeito também<br />

ficara dividi<strong>do</strong> entre duas mulheres, preferin<strong>do</strong> escolher aquela que lhe <strong>de</strong>sse prestigio<br />

na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse pai, homem educa<strong>do</strong>, mas autoritário, impunha suas <strong>de</strong>cisões que<br />

eram acata<strong>da</strong>s pela mulher. O sujeito sempre ouviu <strong>de</strong> sua mãe: “A família tem <strong>de</strong> ser<br />

preserva<strong>da</strong> e <strong>de</strong>ve ficar acima <strong>de</strong> qualquer interesse”, dito materno que o sujeito sempre<br />

traz para sua análise e lhe provoca culpa, conflitos e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas suas <strong>de</strong>cisões.<br />

Observa que as duas mulheres com as quais se relaciona são como o pai, autoritárias, e<br />

lhe provocam me<strong>do</strong>, afirma ter “me<strong>do</strong> <strong>de</strong>las como <strong>do</strong> pai.” A lembrança <strong>da</strong>s atitu<strong>de</strong>s<br />

autoritárias <strong>do</strong> pai é trazi<strong>da</strong> para a análise, como no sonho que o sujeito relata, dividi<strong>do</strong><br />

em três níveis: No primeiro nível, no quintal <strong>de</strong> sua casa, há um lugar proibi<strong>do</strong> para<br />

brincar. Mesmo com hesitação, consegue ultrapassar. No segun<strong>do</strong> nível, vê surgir, numa<br />

espécie <strong>de</strong> névoa, um homem, uma mulher e duas crianças. Tenta tocar o homem, que<br />

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