13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ou seja: o valor ver<strong>da</strong><strong>de</strong> = valor sintoma, o sintoma em Marx e em Freud. Até aí<br />

pu<strong>de</strong> ir no último trabalho apresenta<strong>do</strong>, em particular em São Paulo quan<strong>do</strong> tive<br />

a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> falar no FCL <strong>de</strong> lá. O que proponho hoje, e será rápi<strong>do</strong>, é um<br />

pequeno avanço: o sintoma entre Marx e Lacan.<br />

Em 1844, época em que Marx estabelece as bases filosóficas para to<strong>da</strong> sua<br />

obra, a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> em questão é a <strong>do</strong> sistema capitalista que Proudhon julgava<br />

estar se socializan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais. É no questionamento <strong>de</strong>ssa hipótese <strong>de</strong><br />

Proudhon que encontramos talvez a mais evi<strong>de</strong>nte acepção <strong>do</strong> emprego <strong>do</strong><br />

termo sintoma, por Marx, na maneira como Lacan o marca. Retomemos to<strong>da</strong> a<br />

passagem em Marx:<br />

A diminuição <strong>do</strong> interesse no dinheiro, o que Proudhon consi<strong>de</strong>ra<br />

como a anulação <strong>do</strong> capital e como uma tendência para socializar o<br />

capital é, por essa razão, <strong>de</strong> fato somente um sintoma <strong>da</strong> vitória<br />

total <strong>do</strong> capital <strong>de</strong> giro sobre o <strong>de</strong>sperdício <strong>da</strong> riqueza, isto é, <strong>da</strong><br />

transformação <strong>de</strong> to<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> em capital industrial. É<br />

a vitória total <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> sobre to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s que<br />

ain<strong>da</strong> são aparentemente humanas, e a total sujeição <strong>do</strong> <strong>do</strong>no <strong>da</strong><br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> à essência <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> – o<br />

trabalho. Certamente, o capitalista industrial também goza. De<br />

forma alguma ele retorna para a simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

não é natural; mas seu gozo é somente um assunto lateral –<br />

recreação – submeti<strong>do</strong> à produção; ao mesmo tempo, é calcula<strong>do</strong> e,<br />

por isso, ele próprio, um gozo econômico. Pois ele o <strong>de</strong>bita <strong>da</strong> conta<br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>spesas, e o que for <strong>de</strong>sperdiça<strong>do</strong> para seu gozo não po<strong>de</strong><br />

exce<strong>de</strong>r o que será substituí<strong>do</strong> com o lucro <strong>da</strong> reprodução <strong>do</strong><br />

capital. Por isso, o gozo é subsumi<strong>do</strong> ao capital, e o indivíduo que<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!