13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

vingança no último livro: “O livro <strong>do</strong>s mortos”. Enterra, então, o livro feito com a pele <strong>do</strong><br />

amante e po<strong>de</strong> se separar <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>stino fantasmático.<br />

O filme acaba em seu 28º. Aniversário, quan<strong>do</strong> o “Livro <strong>de</strong> cabeceira” <strong>de</strong><br />

Shonagon completa 1000 anos. Nagiko diz: “agora posso escrever meu próprio Livro <strong>de</strong><br />

cabeceira”. Na vitrola, toca a música em man<strong>da</strong>rim canta<strong>da</strong> por sua mãe. Seguran<strong>do</strong> nos<br />

braços seu filho, ela escreve, em seu corpo, os mesmos dizeres <strong>do</strong> pai. Como afirma<br />

Lacan: “não há relação sexual, a não ser entre gerações”.<br />

Há alguns comenta<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sse filme que vêem nesse final a confirmação <strong>da</strong> idéia<br />

<strong>de</strong> Derri<strong>da</strong> <strong>de</strong> que a escrita é mais ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira porque po<strong>de</strong> prescindir <strong>do</strong> pai. Eu prefiro,<br />

com Lacan, entendê-­‐lo pela via <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação ao sintoma: “sintoma como aquilo que se<br />

conhece melhor” (Sem 24). Ou, em outras palavras, tornar o gozo possível através <strong>da</strong><br />

emen<strong>da</strong> entre ser sinthoma e o real parasita <strong>de</strong> gozo (Sem. 23. p. 71). Para mim, o que<br />

“O Livro <strong>de</strong> cabeceira” ensina é que é possível separar-­‐se <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> fantasia. E<br />

quanto ao Pai, fiquemos com Lacan: “Por isso a psicanálise, ao ser bem sucedi<strong>da</strong>, prova<br />

que po<strong>de</strong>mos prescindir <strong>do</strong> Nome-­‐<strong>do</strong>-­‐Pai. Po<strong>de</strong>mos sobretu<strong>do</strong> prescindir com a<br />

condição <strong>de</strong> nos servirmos <strong>de</strong>le”. (Sem. 23, p. 132).<br />

80

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!