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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Eis o que inaugura as entrevistas sobre esse sintoma que <strong>de</strong>ci<strong>do</strong> nomear, assim como<br />

ela nos diz: “passar ao largo”. Ela se interroga pelo traço infernal <strong>de</strong>sse ser que se esvai e que<br />

lhe faz acreditar que na<strong>da</strong> vale a pena nesta vi<strong>da</strong>... aliás,que po<strong>de</strong>ria morrer sem <strong>de</strong>ixar <strong>do</strong>res<br />

nem rastos. Passar ao largo.<br />

Num segun<strong>do</strong> momento no qual a analista – ocupa<strong>da</strong> em não sublinhar esse traço<br />

melancólico e, portanto, sintomatizá-lo fazen<strong>do</strong> <strong>de</strong>le mais <strong>do</strong> que posição na estrutura,<br />

ressonância <strong>do</strong> enigma <strong>de</strong> um saber não sabi<strong>do</strong> – retomo, num segun<strong>do</strong> momento que por sua<br />

vez <strong>de</strong>limita a entra<strong>da</strong> em análise, o passar ao largo se associa a uma cena sexual para a qual<br />

ela diz “olha, não <strong>de</strong>i a mínima”. Essa cena traduzia sua primeira relação sexual: não lembra,<br />

entrou e saiu sem saber com quem, menos ain<strong>da</strong> para que.<br />

Esse “não <strong>de</strong>i a mínima” que a analista sublinha, permite que o sujeito recolha <strong>do</strong><br />

tesouro <strong>do</strong>s significantes uma conjunção entre o “não <strong>da</strong>r a mínima” e o “passar <strong>de</strong> largo”.<br />

Mas o inconsciente insiste..... A questão que aparece não é “não <strong>da</strong>r a mínima”, mas o<br />

“Olha”. Na volta <strong>de</strong>sse buraco uma cena com o <strong>encontro</strong> <strong>do</strong> gozo <strong>do</strong> olhar se prioriza, cena na<br />

qual um e<strong>xi</strong>bicionista lhe intercepta na rua, lhe <strong>da</strong>-a-ver o que escolhe como ponto <strong>de</strong> caça-<br />

olhar, e some, provocan<strong>do</strong>-lhe um “ataque <strong>de</strong> angústia”. “Olha, não <strong>de</strong>i a mínima”.<br />

“Encontrei o que tanto temia: o abuso sexual”. Abuso sexual? “As vezes me incomo<strong>da</strong><br />

o olhar <strong>do</strong> meu pai”. Eis a versão <strong>da</strong> obsceni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> pai que se <strong>de</strong>senrola por algum tempo,<br />

<strong>da</strong>n<strong>do</strong> marco à sua ficção <strong>de</strong> passar ao largo que agora se torna “passar <strong>de</strong>spercebi<strong>da</strong>”. Ponto<br />

<strong>de</strong> fixão pulsional que liga sintoma e o objeto, promoven<strong>do</strong> as diferentes torções sucessivas<br />

<strong>do</strong>s ditos.<br />

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