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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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leva em consi<strong>de</strong>ração. A perversão com o fetichismo traz um mecanismo que ao mesmo<br />

tempo a reconhece e a nega]. 2<br />

No entanto sabemos que embora to<strong>do</strong> o esforço <strong>do</strong> sujeito seja nesse senti<strong>do</strong> [<strong>de</strong><br />

burlar a castração], isso é impossível pois, no psiquismo, “é a insatisfação que constitui o<br />

componente primordial”, nos diz Lacan 3 . Essa é a nossa condição <strong>de</strong> acesso à<br />

sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Daí vem a má<strong>xi</strong>ma <strong>de</strong> Lacan: “não há relação sexual”, pois ele o diz<br />

textualmente: “a relação sexual só e<strong>xi</strong>ste entre gerações vizinhas”: filhos <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>,<br />

pais <strong>de</strong> outro. Ao fazer a escolha <strong>do</strong> recalque, o sujeito opta pela “não relação sexual”. Ele<br />

opta pela interdição [<strong>do</strong> incesto], pela inter-­‐dicção.<br />

Ou seja, o mal-­‐estar é <strong>de</strong> estrutura, a falta é o cerne <strong>do</strong> ser falante e o objetivo <strong>da</strong><br />

pulsão não é a captura <strong>do</strong> objeto, é somente contorná-­‐lo. É seu retorno em circuito, na<br />

repetição, na procura <strong>de</strong> uma vivência <strong>de</strong> satisfação inscrita no âmago <strong>do</strong> sujeito como<br />

impossível, jamais alcançável. Ou seja, não há solução. Portanto, embora o sujeito seja<br />

“sempre feliz” pois, esteja na posição em que estiver, ele extrai sua cota <strong>de</strong> gozo, “ele não<br />

é [mais feliz] <strong>de</strong> jeito nenhum”, nos lembra Lacan na Entrevista à Imprensa pois, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

quan<strong>do</strong> o verbo se encarna”, nos diz ali, “as coisas começam a ir mal”, levan<strong>do</strong> o sujeito<br />

muitas vezes a sofrer <strong>de</strong>mais. Mas, “sofrer <strong>de</strong>mais é a única justificativa para a<br />

intervenção <strong>do</strong> analista”, nos lembra Lacan no seminário XI 4 .<br />

Assim, chega o sujeito à análise, buscan<strong>do</strong> se aliviar um pouco <strong>do</strong>s sintomas que o<br />

afligem, pois por estrutura, o neurótico acreditar que há um Outro que sabe o que lhe<br />

acomete. Mas ele só quer reparar um pouco a fen<strong>da</strong> que se esgarçou um pouco <strong>de</strong>mais.<br />

Na<strong>da</strong> <strong>de</strong> querer saber <strong>da</strong> castração.<br />

2 Já a escolha <strong>do</strong> tipo clinico [histeria, neurose obsessiva ou fobia], nos diz Freud, tem a ver é com outra coisa – com a<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>fesa. Lembremos que o roche<strong>do</strong> <strong>da</strong> castração se refere à posição <strong>de</strong> homens e mulheres diante <strong>da</strong><br />

castração. No homem, protesto viril, e na mulher, pênis-­‐neid, ou inveja <strong>do</strong> pênis.<br />

3 Da psicanálise em suas relações com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.(p. 354),<br />

4 Seminário XI p. 158<br />

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