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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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<strong>do</strong> final <strong>da</strong> análise, quan<strong>do</strong> ele dirá que o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> sintoma é um só: o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

sintoma é o Real. (senti<strong>do</strong> como direção, nos dirá Soler).<br />

Temos então o sintoma como a presentificação <strong>do</strong> retorno <strong>do</strong> recalca<strong>do</strong> pulsional<br />

teci<strong>do</strong> nas vere<strong>da</strong>s <strong>da</strong> fantasia. É realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos recalca<strong>do</strong>s e infantis e satisfação<br />

pulsional substituta que se sustenta em uma fantasia inconsciente e se articula e se fixa à<br />

gramática pulsional. Assim se dá, portanto, o acesso <strong>do</strong> sujeito à sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>: <strong>de</strong> forma<br />

conflituosa, <strong>de</strong>svia<strong>da</strong> e sintomática. E assim inaugura-­‐se o psiquismo na interdição <strong>do</strong><br />

objeto primordial, matriz à qual se dirige originalmente o <strong>de</strong>sejo, que cai sob a barra <strong>do</strong><br />

recalque, colocan<strong>do</strong> o sujeito para sempre à procura <strong>do</strong> objeto perdi<strong>do</strong>. Interdição –<br />

interdicção – inter-­‐dito. A sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> humana está fa<strong>da</strong><strong>da</strong> a se realizar necessariamente<br />

através <strong>da</strong>s palavras: gozo fálico.<br />

O sintoma, portanto, pressupõe o compromisso entre a pulsão e a <strong>de</strong>fesa. Ou seja,<br />

ali o sujeito não pô<strong>de</strong> escolher nem uma posição nem outra. Mas em uma escolha<br />

força<strong>da</strong>, ele é compeli<strong>do</strong> a, mesmo assim, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta estrutura, escolher uma posição<br />

<strong>de</strong> sujeito <strong>da</strong> qual, como nos lembra Lacan, sempre se é responsável. Ele escolhe então<br />

não escolher, ele escolhe compor. Pois, ser compeli<strong>do</strong> a escolher, sempre coloca o sujeito<br />

diante <strong>da</strong> castração. Escolher é mais que tu<strong>do</strong> renunciar. É consentir em per<strong>de</strong>r algo. Se<br />

se escolhe A, per<strong>de</strong>-­‐se B. Portanto, diante <strong>da</strong> premência a renunciar, a se <strong>de</strong>parar com a<br />

castração, o mecanismo que advém leva-­‐o a burlar a escolha. Diante <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> escolher A<br />

ou B, o sujeito escolhe outra posição: escolhe não escolher. Escolhe compor para que<br />

tu<strong>do</strong> permaneça como estava, para continuar com o má<strong>xi</strong>mo possível <strong>de</strong> satisfação. É o<br />

benefício primário <strong>da</strong> neurose – posição <strong>de</strong> satisfação que leva Freud a dizer que “os<br />

sintomas são as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sexuais <strong>do</strong> neurótico”. E leva Lacan a dizer que o sujeito é<br />

sempre feliz.<br />

Ou seja, o aparelho psíquico se arranja justamente aí com a construção <strong>do</strong><br />

sintoma: isso é a neurose. Ninguém escolhe a castração. Escolhe é burla-­‐la. E a resposta<br />

que aponta a estrutura é o mecanismo que se usa. [A psicose com a foraclusão nem a<br />

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