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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Apresentação<br />

“O sintoma fun<strong>da</strong>mental é a única coisa que faz i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é o<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro nome próprio – o que to<strong>da</strong>s as i<strong>de</strong>ntificações fracassam em<br />

fazer. É somente nele que o sujeito po<strong>de</strong> encontrar seu princípio <strong>de</strong><br />

consistência e constitui-lo em resposta à questão <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>: o que<br />

sou? Sou este gozo ou, mais precisamente, esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

amarração entre um <strong>de</strong>sejo impossível <strong>de</strong> dizer tu<strong>do</strong> e um gozo que<br />

fixa uma letra <strong>do</strong> inconsciente” Colette Soler, 10/07/1999.<br />

Se i<strong>de</strong>ntificamos três momentos para a psicanálise: o <strong>de</strong> seu surgimento, <strong>de</strong> sua<br />

releitura e <strong>de</strong> seu objeto a abrir um novo campo, ain<strong>da</strong> assim o sintoma, que estará nos três,<br />

po<strong>de</strong>rá ser um quarto a amarrá-los. O sintoma é a política <strong>da</strong> psicanálise por diferenciá-la<br />

não só <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as outras clínicas mas também como discurso, aparelho <strong>de</strong> gozo.<br />

A psicanálise surge num contexto histórico muito complexo, na pena <strong>de</strong> um gênio<br />

que consegue traduzir o que está absolutamente presente sem que ninguém consiga vê-lo e<br />

transmitir, com suas próprias palavras, o que até então não era possível dizer. Inicialmente é<br />

isso o sintoma: na histeria, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sejo insatisfeito; na fobia, a angústia <strong>da</strong><br />

castração, e na neurose obsessiva, o direito ao <strong>de</strong>sejo no compromisso com sua proibição.<br />

A psicanálise cresce com o campo <strong>da</strong> fala e <strong>da</strong> linguagem com o qual Lacan po<strong>de</strong><br />

“construir algoritmos mais rigorosos” (Lacan, p. 109, Sem. 21) para articular a obra <strong>de</strong> Freud,<br />

e trazer novamente à cena o que fora recalca<strong>do</strong> na própria psicanálise, cuja situação em 1956,<br />

para retomar somente um <strong>de</strong>sses momentos, se sintomatizava na burocracia <strong>da</strong> formação<br />

psicanalítica, muito distante <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> freudiana.<br />

A psicanálise abre um novo campo, o campo lacaniano, <strong>do</strong> gozo, e novamente o<br />

sintoma comparece, <strong>de</strong>ssa vez como política. Na clínica, isso inclui em seu campo, além <strong>da</strong><br />

neurose, a psicose e mesmo o final <strong>da</strong> análise. Com Joyce e a ciência <strong>do</strong> real, a lógica, os nós,<br />

instrumento que introduz as três dimensões com as quais, em 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1974 Lacan<br />

propõe cingir o ponto <strong>do</strong> lugar <strong>da</strong> psicanálise no mun<strong>do</strong>. A psicanálise mesma como sintoma,<br />

observa Lacan em 1974, <strong>do</strong> que não vai bem no real...<br />

Nos seminários mais tardios <strong>de</strong> seu ensino, Jacques Lacan retomou a noção <strong>de</strong><br />

sintoma para lhe atribuir finalmente, a função <strong>de</strong> ano<strong>da</strong>mento, amarração, entre real,<br />

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