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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Neste segun<strong>do</strong> casamento, com esta mulher aos mol<strong>de</strong>s <strong>da</strong> mãe, vamos dizer assim,<br />

coloca em ato as surras que levava <strong>de</strong>la. É ele que bate na mulher, mas não é tão simples<br />

afirmar em que lugar ele está: sonha que está apanhan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma mulher mais velha. Ao<br />

contar o sonho diz: não é minha mãe. Fazen<strong>do</strong> essa negativa, há uma suspensão <strong>do</strong> recalque,<br />

embora não uma aceitação <strong>do</strong> recalca<strong>do</strong>. 6<br />

Fazemos referência a essa negativa, pois nestes casos que relatamos, é o mais perto<br />

que um sujeito chega <strong>de</strong> reconhecer o prazer <strong>da</strong> fantasia. Freud afirma que o prazer nessa<br />

fantasia ficará inconsciente, mas em um <strong>do</strong>s casos que <strong>de</strong>screveu, tal não aconteceu. “Esse<br />

homem preservava claramente na memória o fato <strong>de</strong> que costumava empregar a idéia <strong>de</strong> ser<br />

espanca<strong>do</strong> pela mãe com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> masturbação” 7 . Alega que não po<strong>de</strong> explicar isso,<br />

mas esboça uma hipótese: quan<strong>do</strong> a fantasia incestuosa <strong>de</strong> um menino converteu-se na<br />

fantasia masoquista correspon<strong>de</strong>nte, ocorreu uma inversão a mais <strong>do</strong> que no caso <strong>do</strong> menino,<br />

ou seja, a substituição <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> pela passivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Caso 4: É um joga<strong>do</strong>r, um jovem que per<strong>de</strong> muito dinheiro em jogos <strong>de</strong> azar e quan<strong>do</strong> fica<br />

sem dinheiro nenhum, e com dívi<strong>da</strong>s, chama o pai para pagar suas contas, negociar com<br />

pessoas um tanto duvi<strong>do</strong>sas. Diz que seu pai prefere a ele, pois se preocupa mais com ele <strong>do</strong><br />

que com os irmãos. Uma <strong>da</strong>s vezes em que <strong>de</strong>saparece para jogar, e que a família fica<br />

preocupa<strong>da</strong>, é às vésperas <strong>de</strong> uma viagem <strong>do</strong>s pais, algo como um segun<strong>da</strong> ou terceira lua-<strong>de</strong>-<br />

mel. Quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> se resolve, o pai <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> não ir, para cuidá-lo. Sente-se vitorioso, o pai se<br />

<strong>de</strong>dica mais a ele que à própria esposa, sua mãe. Compete com a mãe pela atenção <strong>do</strong> pai, fala<br />

<strong>de</strong>le como, no geral, só as mulheres falam <strong>do</strong> pai, na clínica: com uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> incessante <strong>de</strong><br />

amor ao pai e como um ‘paizinho’ que gosta mais <strong>de</strong>le <strong>do</strong> que <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais. À parte essa<br />

fantasia <strong>de</strong> ser o menininho <strong>do</strong> pai, tem namora<strong>da</strong>s, consegue a ereção e leva a cabo as<br />

relações sexuais. Quem o castiga é a mãe, com sua severi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas não lembra <strong>de</strong> ser<br />

espanca<strong>do</strong>. Nos homens, estar sen<strong>do</strong> espanca<strong>do</strong> pela mãe é a terceira fase, sucessora <strong>de</strong> ‘estou<br />

6 Freud, S. “A negativa” (1925), in: ESB. Vol XIX. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago Editora, 1976, p. 296.<br />

7 Freud, S. “Bate-­‐se em uma criança”, Op. Cit., p.231.<br />

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