13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

aspectos muito interessantes levanta<strong>do</strong>s por Freud nesse texto, mas o que eu<br />

gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar aqui, é a sua conclusão: o neurótico tem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ir além<br />

<strong>do</strong> pai. Prefere a culpa submissa que mantém o pai em seu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> lugar, a ter que<br />

pagar o preço por sustentar seu próprio <strong>de</strong>sejo.<br />

Vejam, então, que esse tipo <strong>de</strong> fracasso calcula<strong>do</strong>, tipicamente neurótico,<br />

na<strong>da</strong> tem a ver com o passe. Ao contrário, o passe, tanto clínica quanto<br />

institucionalmente, e<strong>xi</strong>ge um “ir além <strong>do</strong> pai, com a condição <strong>de</strong> que se possa servir<br />

<strong>de</strong>le”. Quem se dispõe à experiência <strong>do</strong> passe é alguém que não hesita em ocupar<br />

um lugar na <strong>Escola</strong>, ain<strong>da</strong> que, como nos lembra Dominique Fingermann em seu<br />

texto “O Momento <strong>do</strong> passe” – publica<strong>do</strong> na revista Stylus n. 14 – “a nomeação (AE)<br />

não é um batiza<strong>do</strong>, uma sansão, um reconhecimento, uma con<strong>de</strong>coração, nem uma<br />

iniciação”.<br />

Aliás, como adverte Bernard Nomine na “Introdução à Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Toulouse<br />

sobre o passe”, publica<strong>da</strong> na Revista Wunsch n. 9, não se <strong>de</strong>veria solicitar ao<br />

passante que se ofereça à experiência <strong>do</strong> passe, como a um sacrifício em nome <strong>do</strong><br />

Outro <strong>da</strong> <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicanálise</strong>, mas, antes, que ele possa oferecer-­‐se essa<br />

experiência. É claro que isso não quer dizer, tampouco, que o passe possa ser<br />

reduzi<strong>do</strong> a uma experiência pessoal, fora <strong>do</strong> âmbito <strong>da</strong> <strong>Escola</strong>, já que, como o<br />

próprio Nomine ressalta: “o passe é uma experiência, qualquer que seja o lugar que<br />

se ocupe no dispositivo: passante, membro <strong>de</strong> um cartel <strong>do</strong> passe, passa<strong>do</strong>r” – e eu<br />

acrescentaria até mesmo ser membro <strong>do</strong> secretaria<strong>do</strong> <strong>do</strong> passe, lugar que tenho<br />

ocupa<strong>do</strong> nos últimos <strong>do</strong>is anos e que é a bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> dispositivo.<br />

Quanto ao lugar específico <strong>do</strong> passante, entretanto, Colette Soler – em seu<br />

texto “As condições <strong>do</strong> ato, como reconhecê-­‐las?”, publica<strong>do</strong> na Revista Wunsh n. 8<br />

– comenta que o passe não po<strong>de</strong> centrar-­‐se na expectativa <strong>de</strong> que o passa<strong>do</strong>r<br />

revele qual objeto ele se fez para o Outro. Ela adverte: “Não encorajemos, portanto,<br />

os passantes ou os AE a nos expor o objeto que eles são, a famosa letra <strong>do</strong> sintoma<br />

345

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!