13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

João inicialmente <strong>de</strong>nega, isola, porque a diferença sexual é sempre fonte <strong>de</strong> angústia<br />

para o sujeito. Então com a frase: “vamos acabar com essa conversa” João usa o<br />

isolamento, porém, como o inconsciente é sempre afirmativo, reconhece seu <strong>de</strong>sejo e<br />

continua o jogo no qual, <strong>de</strong> agora em diante, meninas e meninos tomam sopa em pratos<br />

separa<strong>do</strong>s.<br />

É importante consi<strong>de</strong>rar que se a repetição se fun<strong>da</strong> no retorno <strong>do</strong> gozo, há nessa<br />

repetição um <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> gozo, cuja consequência é a função <strong>do</strong> objeto perdi<strong>do</strong>,<br />

objeto a, porque o gozo ao se repetir se apresenta sob a forma <strong>de</strong> per<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> Lacan<br />

aponta a função <strong>do</strong> traço unário no qual se origina tu<strong>do</strong> o que interessa aos psicanalistas<br />

como saber (Lacan, 1969-­‐70, p. 44). Saber que esse traço repete como diferença, saber<br />

marca<strong>do</strong> por um significante sem senti<strong>do</strong>. A repetição remete ao <strong>encontro</strong> com a falta<br />

apontan<strong>do</strong> um saber sobre o qual o sujeito não sabe, o inconsciente por assim dizer.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, pela repetição em análise João encontra a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diluir seu<br />

gozo e sustentar sua condição <strong>de</strong> ser falante por meio <strong>da</strong> palavra. Seu cocô encontra diversas<br />

significações forman<strong>do</strong> uma série: sapinho/jacaré, mergulha<strong>do</strong>r/tubarão, joia/ladrão,<br />

homem/mulherzinha, na qual o <strong>de</strong>slizamento significante tem o efeito <strong>de</strong> introduzir o <strong>de</strong>sejo<br />

na medi<strong>da</strong> em que produz diferença, embora entre um significante e outro se estabeleça certa<br />

equivalência (Lacan, 1964, p. 240).<br />

O <strong>de</strong>sejo é o que vai permitir que o sujeito se separe <strong>do</strong> Outro e o situe como<br />

campo, como um lugar <strong>de</strong> presença e ausência e sobre isso João nos ensina em outros<br />

<strong>do</strong>is momentos <strong>de</strong> sua análise: no primeiro <strong>de</strong>senha uma pessoa an<strong>da</strong>n<strong>do</strong>, um menino<br />

319

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!