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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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Outro, assumin<strong>do</strong> o coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> um jogo on<strong>de</strong> ele é o diretor, o ator e a plateia,<br />

reduzin<strong>do</strong> o Outro a um simples outro. Nesse senti<strong>do</strong> o sintoma obsessivo reveste-­‐se<br />

<strong>de</strong>sse caráter <strong>de</strong>negatório, como bem <strong>de</strong>monstra João em várias passagens <strong>de</strong> sua<br />

análise.<br />

Para Freud o uso <strong>de</strong>ssas técnicas pelo obsessivo, <strong>de</strong>ve-­‐se a uma certa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na função <strong>do</strong> recalque, visto que, ao contrario <strong>da</strong> histeria on<strong>de</strong> a formação <strong>de</strong> sintomas<br />

se dá por metáfora incidin<strong>do</strong> no corpo, na neurose obsessiva os sintomas são<br />

pre<strong>do</strong>minantemente <strong>do</strong> eu, ou seja, ocorrem pela formação metonímica ou<br />

<strong>de</strong>slocamento, como po<strong>de</strong>mos ver no jogo <strong>do</strong>s sapinhos on<strong>de</strong> o significante cocô,<br />

<strong>de</strong>sloca-­‐se para jacaré e em segui<strong>da</strong> para a mãe que come os sapinhos.<br />

Outra passagem <strong>de</strong> sua análise ilustra perfeitamente o uso <strong>do</strong> isolamento pelo<br />

obsessivo: Ele e a analista tomam sopa – no mesmo prato. João vai até a janela, observa<br />

uma criança brincan<strong>do</strong> agacha<strong>da</strong> e pergunta: “é menino ou menina?” No mesmo<br />

momento apro<strong>xi</strong>ma-­‐se um menino, e ele então acrescenta: “É menina. Agora tem uma<br />

menina e um menino. Quan<strong>do</strong> eles crescerem eles vão virar homen(xxxx) e mulhere(xxxx).<br />

Eu não quero virar homem! Vamos acabar com essa conversa e vamos continuar toman<strong>do</strong><br />

a nossa sopa. Só que agora você vai tomar a tua sopa no teu prato e eu vou tomar a minha<br />

no meu”. (sic).<br />

Note-­‐se o emprego <strong>do</strong> “x” no lugar <strong>do</strong> “s” e acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> a ênfase <strong>da</strong><strong>da</strong> ao “x”<br />

com a intensificação <strong>da</strong> pronúncia. Isso nos remete ao sexual como enigma diante <strong>do</strong><br />

qual o sujeito tem que <strong>da</strong>r conta <strong>de</strong> sua posição. Chama<strong>do</strong> a entrar na partilha <strong>do</strong>s sexos<br />

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