13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sen<strong>do</strong> assim, reaparece em um jogo cujas peças são sapinhos e João afirma, em<br />

associação livre, que no lago on<strong>de</strong> os sapinhos moram tem jacaré e que o jacaré come os<br />

sapinhos e mais ain<strong>da</strong>, que o jacaré é a mãe <strong>do</strong>s sapinhos.<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>da</strong> fórmula “o <strong>de</strong>sejo é o <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> Outro” (1957-1958, p. 417), Lacan aponta<br />

para o caráter evanescente <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> obsessivo, que resi<strong>de</strong> na dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong><br />

sua relação com o Outro. To<strong>do</strong> o problema <strong>do</strong> obsessivo está em <strong>da</strong>r suporte ao seu <strong>de</strong>sejo,<br />

uma vez que este prefigura a <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> Outro e localiza-se para além <strong>do</strong> Outro, o que leva<br />

Lacan a afirmar que o <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> obsessivo é um “<strong>de</strong>sejo em esta<strong>do</strong> puro” (Lacan, 1957-58, p.<br />

413). Diferente <strong>da</strong> histérica que “encontra apoio ao seu <strong>de</strong>sejo na i<strong>de</strong>ntificação com o outro<br />

imaginário” (Lacan, 1957-58, p. 415), o que dá aparência <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>sejo obsessivo é um<br />

objeto redutível ao significante falo. Isso é <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por João em um jogo encena<strong>do</strong><br />

inúmeras vezes em análise, através <strong>do</strong> qual faz <strong>do</strong> seu excremento uma joia preciosa, “uma<br />

joia <strong>de</strong> cem mil quilates” (sic), causa <strong>de</strong> batalhas intermináveis com um ladrão que a espreita<br />

e ameaça tomar-lhe a qualquer momento.<br />

No nivel <strong>do</strong> sintoma verifica-­‐se a angustia <strong>de</strong> castração que segun<strong>do</strong> Lacan (1964,<br />

p. 65), “é como um fio que perfura to<strong>da</strong>s as etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e cristaliza ca<strong>da</strong><br />

momento anterior à sua aparição propriamente dita – <strong>de</strong>smame, disciplina anal, etc.,<br />

numa dialética centra<strong>da</strong> num mal <strong>encontro</strong>, que está no nível <strong>do</strong> sexual”. Neste caso, o<br />

seio cuja per<strong>da</strong> recorta o corpo <strong>do</strong> sujeito irremediavelmente atravessa<strong>do</strong> pelo<br />

significante, reaparece <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> vela<strong>do</strong>, como o significante sem senti<strong>do</strong> (S1), e <strong>de</strong>nuncia<br />

a não e<strong>xi</strong>stência <strong>da</strong> relação sexual. Por outro la<strong>do</strong>, a tentativa <strong>de</strong> incorporar o objeto<br />

anal, remete ao sintoma enquanto suplência à falta <strong>de</strong> relação sexual e a isso o sujeito<br />

316

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!