13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>de</strong> consumo. E isso é possibilita<strong>do</strong> através <strong>do</strong> posicionamento <strong>do</strong> psicanalista frente ao mun<strong>do</strong><br />

social <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois a própria formação <strong>do</strong> analista o leva continuamente a questionar<br />

que, se não há uma cura para o mal-estar na cultura, o analista sen<strong>do</strong> ele mesmo um objeto <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong> situa assim uma ética que vai além <strong>do</strong> terapêutico e <strong>de</strong> um consumismo <strong>de</strong> bens que<br />

prometa uma completu<strong>de</strong> que não há.<br />

Para um mun<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>sabono <strong>da</strong> função paterna e pela retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> pai<br />

real, pela pulverização <strong>da</strong> imago paterna, o psicanalista, é óbvio, não é capaz <strong>de</strong> trazer<br />

remédio, se é que se po<strong>de</strong> e é preciso curar disso, mas sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> social é se pôr a<br />

trabalhar ali on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>. E on<strong>de</strong> isso é possível é na sua própria formação, atuação e posição<br />

<strong>de</strong> analista que leva o saber aprendi<strong>do</strong> no consultório para outros lugares sociais, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

proclamar a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que o objeto <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo, não é esse propaga<strong>do</strong> pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

consumo, mas aquele que está para sempre perdi<strong>do</strong>, que sempre <strong>de</strong>sliza e nos escapa, mas que<br />

foi captura<strong>do</strong> por Lacan, naquela que foi sua gran<strong>de</strong> criação conceitual: o objeto a, causa <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sejo.<br />

Trazer a castração, a enunciação, não quer dizer querer voltar ao passa<strong>do</strong> <strong>do</strong> pai <strong>da</strong><br />

tradição, isso não tem volta. Não quer dizer que não aceitamos as vantagens <strong>da</strong> ciência, mas<br />

que criticamos seus enuncia<strong>do</strong>s e conhecemos como o social utiliza seu funcionamento e que<br />

estamos atentos às tentativas <strong>de</strong> apagamento <strong>da</strong>s diferenças, e sempre que possível tentaremos<br />

fazer com que o que torna singular e particular ca<strong>da</strong> sujeito possa contribuir para minorar um<br />

pouco o mal-estar próprio e in<strong>de</strong>strutível <strong>da</strong>s culturas em que época que for, seja <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>samparo ou <strong>do</strong> <strong>de</strong>salento.<br />

312

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!