13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

cultura que interpreta, mas, mais ain<strong>da</strong> talvez, por ser o analista a única esperança <strong>de</strong><br />

modificação <strong>de</strong>ssa cultura.” O comentário <strong>de</strong> Márcio Peter (2000, p. 222): “O analista, ao se<br />

comprometer com a causa <strong>do</strong> inconsciente, quase sempre se contrapõe à causa <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, já<br />

que, para ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós, o que conta é somente uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> particular, ficção fabrica<strong>da</strong><br />

para respon<strong>de</strong>r ao mal-estar.” , nos esclarece porque, o analista é um sintoma <strong>da</strong> cultura, pois<br />

a confronta com a incompletu<strong>de</strong> <strong>do</strong> inconsciente. À ciência que se preten<strong>de</strong> totalizante com o<br />

seu saber, o analista confronta com a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> sujeito <strong>do</strong> inconsciente: “Por isso o analista é<br />

um sintoma <strong>da</strong> cultura, porque ao mesmo tempo em que ele é sua mais refina<strong>da</strong> produção,<br />

representa uma expressão <strong>da</strong> rebeldia à tirania <strong>de</strong>sta civilização, que, por causa <strong>da</strong>s<br />

características <strong>da</strong> condição humana, faz o homem procurar a completu<strong>de</strong> que não e<strong>xi</strong>ste na<br />

religião, no consumo <strong>de</strong> bens, no amor, no saber, ou em termos freudianos, na ilusão”(Ibid).<br />

Freud em seu percurso nos mostrou e serviu <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo na atuação social e política <strong>do</strong><br />

analista, quan<strong>do</strong> observamos nele em operação uma tripla responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>da</strong><br />

psicanálise face ao campo social: responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> clínica, primeiro, já que respon<strong>de</strong> por<br />

enten<strong>de</strong>r o que é a reação terapêutica negativa na cura; responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> teórica, já que<br />

<strong>de</strong>senvolve a questão <strong>da</strong> pulsão <strong>de</strong> morte e <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> tópica; por fim, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

política, já que toma diretamente parti<strong>do</strong> nessa questão <strong>da</strong> análise leiga. (Lebrun, 2004,<br />

p.204). Então na própria formação e atuação o psicanalista situa sua posição frente ao campo<br />

social e político. Colette Soler (1998, p. 257), abor<strong>da</strong> a questão <strong>da</strong> incidência política <strong>do</strong><br />

psicanalista a partir <strong>de</strong> uma tese <strong>de</strong> Lacan em ‘Televisão’ (1974), em que ele indica, na<strong>da</strong><br />

menos, que o passe <strong>do</strong> psicanalista po<strong>de</strong>ria operar “a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> discurso capitalista”.<br />

Lembran<strong>do</strong> que além disso, Lacan não cessou jamais <strong>de</strong> afirmar que a psicanálise tem <strong>de</strong> fato<br />

310

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!