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anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

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discurso <strong>do</strong> capitalista, e iludi<strong>da</strong> pela universali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ciência que prometem a completu<strong>de</strong> e<br />

a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> extrema numa clara tentativa <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>saparecer a castração, o discurso <strong>do</strong><br />

psicanalista e sua ação política é uma saí<strong>da</strong> ao trazer à tona o <strong>encontro</strong> com a castração, que<br />

fun<strong>da</strong> o sujeito humano, mas, é, também um sintoma. Discutir a posição política <strong>do</strong><br />

psicanalista como um sintoma <strong>da</strong> cultura é o nosso objetivo. Além <strong>de</strong> ser efeito <strong>de</strong>ssa cultura,<br />

o psicanalista é, também, sintoma, ao trazer à tona o discurso <strong>da</strong> castração em confronto com<br />

o imperativo categórico <strong>do</strong> gozar a qualquer preço.<br />

Hoje, sabemos, a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ologia liberal é assegurar o gozo a to<strong>do</strong>s . “E<br />

isso se tornou a nova moral. A nova moral é que ca<strong>da</strong> um tem o direito <strong>de</strong> satisfazer<br />

plenamente seu gozo, sejam quais forem suas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s.” (Melman, 2003, p. 60). Dentro<br />

<strong>de</strong>ssa nova moral, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> no saber <strong>da</strong> ciência, que se transmite em seus enuncia<strong>do</strong>s e<br />

exclui o sujeito <strong>da</strong> enunciação, tão caro à ver<strong>da</strong><strong>de</strong> psicanalítica, qual a posição <strong>do</strong><br />

psicanalista?<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, Eric Laurent (2007, p.144), assente dizen<strong>do</strong>: “ O analista mais que um<br />

lugar vazio, é aquele que aju<strong>da</strong> a civilização a respeitar a articulação entre normas e<br />

particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s individuais “. Os analistas não <strong>de</strong>vem apenas escutar; eles precisam saber<br />

transmitir a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> interesse que a particulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um tem para to<strong>do</strong>s”. Além<br />

<strong>da</strong> escuta clínica, o psicanalista hoje <strong>de</strong>ve transmitir a particulari<strong>da</strong><strong>de</strong> que está em jogo na<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> sujeito, ao invés <strong>do</strong> saber universal <strong>do</strong> indivíduo científico.<br />

A <strong>de</strong>mocracia trouxe a atualização política <strong>de</strong>sta mutação cultural em an<strong>da</strong>mento.. O<br />

nascimento e a evolução <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia, reorganiza o laço social em uma outra lógica, diversa<br />

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