13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

situações está em jogo uma satisfação específica, ou seja, um gozo específico, já que o sujeito<br />

se apresenta fixa<strong>do</strong> no corpo. Diante <strong>de</strong>sta repetição, e<strong>xi</strong>stiria alguma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

paciente se implicar com algo subjetivo <strong>de</strong> sua história?<br />

p. 215):<br />

A fim <strong>de</strong> discutir esta questão, retomamos a seguinte afirmação <strong>de</strong> Lacan (1964/1998,<br />

É na medi<strong>da</strong> em que uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> venha estar interessa<strong>da</strong> na<br />

função <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo que a psicossomática po<strong>de</strong> ser outra coisa que não<br />

essa simples bravata que consiste em dizer que há um duplo psíquico<br />

para tu<strong>do</strong> que se passa no somático. Sabe-se disso há muito tempo. Se<br />

falamos <strong>de</strong> psicossomática é na medi<strong>da</strong> em que <strong>de</strong>ve aí intervir o<br />

<strong>de</strong>sejo. É no que o elo <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo é aqui conserva<strong>do</strong>, mesmo se não<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> função <strong>da</strong> afânise <strong>do</strong> sujeito<br />

O que nos diz Lacan é que mesmo a psicossomática não sen<strong>do</strong> um significante, isso<br />

não <strong>de</strong>nota abolir a idéia <strong>de</strong> que um indivíduo afeta<strong>do</strong> por uma lesão <strong>de</strong>ste tipo não possa se<br />

manifestar como sujeito. De mo<strong>do</strong> diverso, po<strong>de</strong>mos dizer que, momentaneamente, este<br />

indivíduo não quer se haver com o seu <strong>de</strong>sejo inconsciente.<br />

Assoun (1997) consi<strong>de</strong>ra o FPS como uma “fuga” <strong>do</strong> sujeito <strong>de</strong> sua neurose. Ao<br />

afirmar que a <strong>do</strong>ença põe a neurose em suspensão, o autor nos coloca que o sujeito, apesar <strong>de</strong><br />

por um momento manter-se escondi<strong>do</strong> atrás <strong>do</strong> real <strong>de</strong> sua patologia, está lá, esperan<strong>do</strong> uma<br />

implicação subjetiva. No momento em que é acometi<strong>do</strong> por uma afecção “psicossomática”, é<br />

capaz <strong>de</strong> substituir sua neurose por um fenômeno <strong>de</strong>sta or<strong>de</strong>m, “fugin<strong>do</strong>” <strong>de</strong> sua constituição<br />

fantasmática, que permanece suspensa. Pontua que a enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> somática surge como se<br />

fosse um “<strong>de</strong>sperta<strong>do</strong>r”, um chama<strong>do</strong> para a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> significantes que está para<strong>da</strong>,<br />

gelifica<strong>da</strong>, carente <strong>de</strong> simbolização. Seria a chama<strong>da</strong> para a eclosão <strong>de</strong> um sintoma neurótico.<br />

É possível afirmar que as afecções somáticas também seriam uma forma <strong>de</strong> aviso<br />

297

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!