13.04.2013 Views

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

anais do xi encontro da epfcl|afcl - brasil - Escola de Psicanálise dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

assim o registro simbólico e qualquer enlace com a esfera subjetiva.<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse pensamento, Lacan (1966), na conferência intitula<strong>da</strong> <strong>Psicanálise</strong> e<br />

Medicina, usou a expressão falha epistemo-somática para se referir aos FPS, indican<strong>do</strong> que<br />

estes refletiam uma “ignorância” <strong>do</strong> sujeito com relação ao saber sobre seu corpo, seu <strong>de</strong>sejo<br />

e sua história. Tal “ignorância”, por sua vez, explica o motivo pelo qual esses pacientes<br />

encontram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se implicarem subjetivamente, circunscreven<strong>do</strong> uma fala fixa<strong>da</strong> aos<br />

sintomas físicos pelos quais foram atravessa<strong>do</strong>s.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, toman<strong>do</strong> a formulação <strong>de</strong> Lacan sobre a falha epistemo-somática,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que ela mostrou seus efeitos em Elisa, paciente atendi<strong>da</strong> no contexto <strong>da</strong><br />

pesquisa O Sintoma <strong>do</strong> Corpo. Elisa, em um primeiro momento, não se implicava com seu<br />

sofrimento, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se levar por uma fala em torno <strong>de</strong> sua <strong>do</strong>ença: O Lúpus Eritematoso<br />

Sistêmico. Nas palavras <strong>de</strong> Elisa: “Essa semana foi horrível, quase não consegui <strong>do</strong>rmir<br />

direito, meu coração batia forte, aquelas <strong>do</strong>res voltaram. Quan<strong>do</strong> isso acontece fico muito<br />

ansiosa, não sei o que fazer. E o pior, há quatro dias acor<strong>de</strong>i cheia <strong>de</strong> manchas na pele! Não<br />

agüento mais, to<strong>do</strong> hora é uma coisa, fui na médica e ela disse que po<strong>de</strong> ser psoríase, minha<br />

cabeça está só casquinha, sabe”.<br />

Elisa, em sua fala, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>notar sua falta a saber, ficava presa num dizer vazio,<br />

direciona<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os sintomas físicos que tinham lhe ocorri<strong>do</strong> durante a semana,<br />

procuran<strong>do</strong>, assim como fazia com seu médico, uma espécie <strong>de</strong> “diagnóstico emocional”, que<br />

supostamente explicaria a causa <strong>de</strong> sua <strong>do</strong>ença. Sobre isso, Ornellas (2004) pontua que o<br />

paciente, ao procurar um médico para obter uma explicação sobre a sua patologia, espera uma<br />

autenticação para a mesma e, portanto, uma falsa <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> cura. I<strong>de</strong>ntifica que nestas<br />

296

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!